ABORDAGEM DO SOFRIMENTO MENTAL POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA: ESTUDO QUALITATIVO EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA

  • Deoclécio Luchini Junior Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Paulo Roberto Barbato Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Ana Paula Herrmann Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Adriana Remião Luzardo Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Graciela Soares Fonsêca Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Jane Kelly Oliveira Friestino Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Chapecó
Palavras-chave: Depressão, Saúde Mental, Psicotrópicos, Sofrimento Mental

Resumo

O trabalho objetiva conhecer como tem sido abordado o tema sofrimento mental nos serviços de Atenção Básica (AB) do município de Chapecó - SC. Trata-se de um estudo exploratório de caráter qualitativo, desenvolvido no município de Chapecó - SC, desenvolvido em quatro Centros de Saúde da Família por meio de entrevistas individuais e grupos focais realizados com médicos e demais profissionais da equipe. O material coletado foi tratado por meio de análise de conteúdo temática. Os dados foram agrupados nas seguintes categorias: percepção sobre o sofrimento mental; aspectos avaliados para identificar o sofrimento mental; concepção sobre o tratamento ideal; condução das consultas; formação dos profissionais. Os aspectos avaliados para a identificação do sofrimento mental foram relatados como um "silêncio", a percepção da angústia, ou seja, uma alteração no humor do usuário. A equipe pontua a importância de um olhar atento para a identificação, o que não difere da visão dos médicos. No que tange ao tratamento ideal, surge um anseio por mais apoio de psicólogos na AB, num intuito de ter melhor contato com o paciente em sofrimento mental e qualificar a equipe. Com relação às consultas, enquanto alguns procuram aguardar o retorno do paciente, tendo um olhar mais cuidados antes da prescrição de psicotrópicos, outros iniciam de modo a tornar a medicação a primeira linha de combate no tratamento. Além disso, a escuta atenta dos pacientes, de modo a conseguir a maior quantidade de detalhes e promover o melhor diagnóstico é de suma importância. Em síntese, os profissionais da equipe acreditam serem pouco preparados para lidar com o sofrimento mental. Conclui-se que não há, entre os profissionais, uma definição clara com relação ao conceito e à abordagem do sofrimento mental na AB.

Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 992p.

ARANTES, Daniel Vitor. Depressão na Atenção Primária em Saúde. Ver. Bras. Med. Fam. e Comunidade. V.2 N.8 p.261-70. Jan/mar. Rio de Janeiro. 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: saúde mental. n.34. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 176 p.

Publicado
20-09-2017