ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM MULHERES HIPERTENSAS E NORMOTENSAS DE CHAPECÓ/SC

  • Nyasmin Mendes Anéli Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Luana Reis Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Mônica Lammers Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Margarete Dulce Bagatini Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Andreia Machado Cardoso Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
Palavras-chave: hipertensão arterial sistêmica, fatores de risco, doenças cardiovasculares, colesterol, triglicerídeos, perfil glicêmico

Resumo

1 Introdução

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial que se caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Essa doença é associada, frequentemente, a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, que consequente aumentam o risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (CARDOSO et al, 2012). Condições relacionadas com o aumento de glicose, triglicerídios e colesterol estão entre os fatores de risco para o desenvolvimento e a progressão da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e do desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares (DCV), mesmo em pacientes medicadas (CARDOSO et al, 2014).

2 Objetivo

O objetivo deste estudo foi comparar os valores de colesterol total, LDL, HDL, VLDL, triglicerídeos e a glicemia de hipertensas e normotensas de meia idade residentes no município de Chapecó/SC.

3 Metodologia

Foram selecionadas um total de 68 mulheres sedentárias. Destas, 41 hipertensas (H, idade 57±5 anos, estatura 157±8cm), e 28 normotensas (N, 55±4 anos, estatura 158±7cm). As mulheres foram submetidas a uma coleta de sangue em jejum. O perfil lipídico e a glicemia foram analisados por kits comerciais. Os valores foram comparados estatisticamente utizando-se teste t de student, considerando p£0,05. Também foi realizada a análise percentual dos resultados.

4 Resultados e Discussão

As pacientes hipertensas (H) obtiveram média e desvio padrão maiores em todos os parâmetros avaliados do que as pacientes normotensas (N), exceto para HDL, sendo eles: colesterol N:220,5±32,32 vs H:240±58,84; LDL N:137,5±31,68 vs H:171±55,67; HDL N:48,5±14,96 vs H: 47±14,78; VLDL N:19,5±17,81 vs H:23±16,98; triglicerídeos N:100±88,94 vs H:115±85,18 e glicose N:87,5±13,54 e H:91±31,79. Percebe-se, a partir desses resultados, que o grupo das pacientes hipertensas tem uma tendência maior a dislipidemia e alterações no perfil glicêmico que as pacientes do grupo controle (normotensas). Desse modo, o risco dessas pacientes desenvolverem outras alterações cardiovasculares é possivelmente maior o que pode também piorar o quadro de HAS e seus sintomas secundários como falta de ar, náuseas e fortes dores de cabeça.  Para o teste t de student, a glicose apresentou valor estatisticamente significativo entre os grupos com p<0,03; esse valor corrobora para a premissa de uma maior irregularidade no metabolismo da glicose e da insulina no grupo das pacientes hipertensas, o que pode agravar o risco dessas pacientes a desenvolver diabetes tardia, um quadro que agravaria ainda mais a HAS. As hipertensas também apresentaram um percentual maior de pacientes fora do padrão de referência nas variáveis do estudo; ressalta-se os valores de triglicerídeos, LDL e glicemia sendo de 19,51%, 53,66% e 29,26% em comparação às normotensas que demonstraram valores de 14,28%, 28,58% e 7,14% respectivamente. Isso ocorre mesmo com o tratamento medicamentoso contínuo das pacientes com HAS, demonstrando que somente a medicação não é completamente eficaz no controle dos fatores agravantes.

5 Conclusão

O tratamento para HAS e o controle dos fatores de risco das DCV requer outras intervenções coadjuvantes, tais como a prática de exercício físico e alimentação balanceada para ser efetivo. O tratamento medicamentoso não atenuou os fatores de risco de desenvolvimento de DCV em grande parte das pacientes hipertensas, deixando-as expostas a desenvolver patologias vasculares.

Referências

CARDOSO, A.M.; et al. Exercise training prevents ecto-nucleotidases alterations in platelets of hypertensive rats. Mol Cell Biochem, v. 371(1-2); p. 147-56, 2012.

CARDOSO, A.M.; et al. Swimming training prevents alterations in ecto-NTPDase and adenosine deaminase activities in lymphocytes from L-NAME-induced hypertension rats. J Hypert. [epub ahead of print], 2014.

Publicado
20-09-2017