ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE LEVEDURAS DE BIOMASSA LIGNOCELULÓSICA DE MILHO
Resumo
O Brasil é o segundo maior produtor de álcool combustível do mundo. O etanol atualmente produzido em nosso país (chamado de etanol de primeira geração) é proveniente da fermentação do caldo de cana-de-açúcar e do melaço, substratos ricos em sacarose, pela levedura Saccharomyces cerevisiae. No entanto, é possível produzir etanol com o reaproveitamento de diversos resíduos com elevado conteúdo de açúcares fermentescíveis (o chamado etanol de segunda geração). Um desses resíduos é o proveniente da colheita do milho; segundo estimativas, em 2015, foram gerados só no Brasil cerca de 55 milhões de toneladas de palha de milho. Tendo em vista os carboidratos presentes nessa biomassa lignocelulósica, o presente trabalho buscou inicialmente o isolamento de novas espécies de leveduras com potencial de fermentar os carboidratos oriundos da hidrólise desse material, já que S. cerevisiae, embora seja o microrganismo melhor adaptado a processos industriais de fermentação alcoólica, é incapaz de fermentar significativa parcela dos carboidratos presentes nessa biomassa, entre eles a celobiose e a xilose. Com finalidade de melhorar essa característica, foram isoladas 26 linhagens de leveduras presentes na palha e no caule de milho, adquiridos na área experimental do Campus Chapecó da UFFS. Em seguida, seis cepas de leveduras isoladas foram submetidas a análises de crescimento celular utilizando alternadamente glicose, xilose ou celobiose como fontes de carbono. Embora não tenham fermentado a xilose e a celobiose, as seis linhagens analisadas foram capazes de assimilar esses dois carboidratos, demonstrando, assim, possuir as enzimas necessárias à metabolização de ambos açúcares. Assim sendo, as linhagens caracterizadas apresentam potencial para contribuir para a produção de etanol de segunda geração.
Referências
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