O LÚDICO NO CUIDADO À CRIANÇA HOSPITALIZADA

Resumen

Introdução: A hospitalização infantil é um processo delicado e, muitas vezes traumático para as crianças. Além disso, acarreta intervenções traumáticas e procedimentos, por vezes, invasivos e dolorosos, junto a isso as relações que são estabelecidas no ambiente hospitalar influenciam diretamente no tratamento e na qualidade de vida da criança e de seus familiares, principalmente, quando se vivencia uma condição crônica de saúde, pois é um dos fatores que aumentam o contato da criança com o hospital (LOPES, et al. 2015). Para isso, o enfermeiro pode apropriar-se de técnicas lúdicas para reconhecer e atender as necessidades fisiológicas e psicológicas das crianças. (JANSEN et al.,2010). O uso do lúdico tem efeitos benéficos, pois consegue estreitar a relação terapêutica entre os envolvidos gerando confiança entre enfermeiro, a criança e sua família, de tal forma que se tornem mais cooperativos, agilizando os cuidados e diminuindo sofrimentos físicos e psicológicos (NICOLA et al., 2014). Objetivos: Elaborar e validar um material educativo sobre a percepção da criança sobre o cuidado lúdico no ambiente hospitalar. Métodologia: Pesquisa de campo com delineamento transversal, metodológica. Assim, para o desenvolvimento desta pesquisa estão sendo percorridas quatro etapas distintas: 1) Pesquisa Bibliográfica - avaliação das evidências científicas. A pesquisa bibliográfica foi a primeira etapa para o processo de construção do material educativo e teve como objetivo assinalar os pontos em que existiu um consenso e os pontos controversos do assunto em estudo. 2) Pesquisa de campo - qualitativa. Os estudos qualitativos possibilitam, em seu campo de investigação, revelar o universo de significados dos sujeitos ao identificá-lo em sua singularidade. A pesquisa está sendo desenvolvida no Hospital da Criança Augusta Muller Bohner administrado pela Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, localizado no Município de Chapecó, no Estado de Santa Catarina (SC). Os participantes da pesquisa são crianças hospitalizadas de sete a doze anos de idade, caracterizadas como escolar. Os critérios de inclusão: crianças hospitalizadas na unidade de internação pediátrica com alguma condição crônica de saúde ou que vivenciaram um procedimento anestésico-cirúrgico, e critérios de exclusão: crianças que vivenciam a hospitalização pela primeira vez. O número de participantes não será pré-determinado, em virtude da etapa de campo ser desenvolvida concomitante a etapa de análise. A qual apresentará o quantitativo de entrevistas necessário para atender ao objetivo da pesquisa, ao mostrar a suficiência de significados expressos nas falas das crianças. No entanto, estima-se em torno de 10 crianças. 3) Elaboração do material educativo. Sua construção se dará a partir das duas etapas anteriores avaliadas (pesquisa bibliográfica e os desenhos das crianças servirão como base para o desenvolvimento do material educativo sobre o lúdico no ambiente hospitalar). 4) Validação do material educativo por expertises na área. A respectiva pesquisa respeitou. A respectiva pesquisa obteve parecer favorável por meio do Comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, a partir do número 1.734.122. Resultados e Discussão: Na primeira etapa da pesquisa, que consistiu na pesquisa bibliográfica foi desenvolvido um artigo científico que foi submetido para a Revista REUOL. O presente artigo teve como objetivo avaliar, nas evidências científicas disponíveis, como tem sido desenvolvido o cuidado lúdico para a criança hospitalizada. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura onde os critérios de inclusão foram artigos de pesquisa na temática; disponíveis na íntegra online e gratuitos; em idioma português, inglês ou espanhol. Os critérios de exclusão foram: artigos sem resumo nas bases de dados ou incompletos.  A busca ocorreu nas bases de dados, LILACS, PUBMED, SCOPUS e WEB OF SCIENCE. Para o levantamento dos dados nas bases de dados foram utilizados os descritores: saúde da criança, ludoterapia, cuidado, jogos e brinquedos. Para a seleção dos estudos foi realizada primeiramente a leitura dos títulos e resumos, e sendo estes da temática em questão, realizou-se a leitura do artigo na íntegra. Ao que tange a segunda etapa da pesquisa (pesquisa de campo), está sendo desenvolvida no Hospital da Criança localizado no Oeste do Estado de Santa Catarina (SC). A coleta dos dados qualitativos encontra-se em andamento, no momento já foram realizadas sete entrevistas completas, bem como suas transcrições e pré-análises. Cada participante respondeu a duas perguntas utilizando a técnica de desenhar: 1) O que você gosta no hospital? 2) O que você faz em casa que não faz no hospital? Após cada coleta foi realizada a transcrição em dupla das entrevistas e a leitura para validação interna. Pôde-se perceber que para as próximas entrevista deveríamos aprofundar mais alguns pontos como a questão escolar, se assim for mencionada. Até o momento, uma criança em potencial não quis realizar a pesquisa. Estas sete entrevistas já foram transcritas e analisadas, e os resultados se mostraram satisfatórios até o momento. Conclusão: Com este estudo, pode-se apreender que o uso do lúdico no ambiente hospitalar auxilia no cuidado a saúde da criança. Também se podem evidenciar lacunas quanto a sua utilização nos cenários de saúde. A ludoterapia é uma técnica antiga e conhecida em várias áreas profissionais. Com ela percebe-se que há uma facilidade em trabalhar com a criança hospitalizada, pois esta fica mais à vontade e a equipe consegue agilizar e qualificar seus serviços de saúde. Os resultados demostram que apesar de todo esse reconhecimento há dificuldades a serem enfrentadas. Dessa maneira, o enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar, tem a prerrogativa, de incluir, dentre suas atribuições no cuidado à criança hospitalizada, um cuidado que permeie ações que envolvam a criança e a sua família por meio da ludicidade. Além disso, destaca-se que relevância de abordar o cuidado lúdico desde a graduação, pois assim, essa construção pode ser evidenciada ao longo da formação acadêmica bem como manter momentos de sensibilização entre os profissionais enfermeiros que cuidam das crianças. Assim, espera-se que a construção deste material educativo auxilie no cotidiano do Enfermeiro, visando-o fomentar o cuidado à criança que vivencia o processo de hospitalização.