EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ÓLEO DE GUABIROBA (CAMPOMANESIA XANTHOCARPA BERG) E AVALIAÇÃO DE ÍNDICE DE QUALIDADE FRENTE À DIFERENTES PROCESSOS DE EXTRAÇÃO E ARMAZENAMENTO

  • Cintia Uliana Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Luciano Tormen Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumen

Os óleos vegetais são gorduras caracterizadas pela presença de ácidos graxos extraídas de plantas, em geral as frutas possuem uma baixa quantidade de lipídeos, o qual fica concentrado em suas sementes. A Campomanesia Xanthocarpa Berg, também conhecida como Guabiroba é uma fruta com considerável valor nutritivo, apresentando em sua composição consideráveis quantidades de compostos bioativos, como os compostos fenólicos e vitamina C. Estudos  realizado mostram que a semente de guabiroba apresentam um teor de lipídeos maior do que algumas leguminosas. O objetivo deste trabalho foi extrair o óleo da semente de Guabiroba pelo método de extração a quente com solvente, avaliar suas características físicas e químicas, as amostras de óleo de guabiroba foram comparadas com o azeite de oliva e óleo de coco.  Todas as analises fisico-quimicas foram avaliadas em triplicatas e submetidas a analise de variança tuke, para verificar se havia diferença entre as amostras analisadas ou não. O maior índice de acidez foi obtido para o óleo de guabiroba, indicando maior presença de ácido oleico. O índice de iodo indica o grau de instauração da gordura, sendo o maior valor o óleo de guabiroba. O valor do índice de saponificação obtido foi maior para o óleo de coco, seguido pelo azeite de oliva e por fim o óleo de guabiroba. Para a análise de compostos fenólicos, o óleo de guabiroba apresentou um valor maior do que para os demais óleos chegando a 1337 mg/100 g de amostra. Os compostos fenólicos são considerados antioxidantes e são abundantes em muitas plantas e seus frutos. O índice de peróxidos avalia a presença de hidroperóxidos, sendo que o maior valor foi obtido para o azeite de oliva, seguido pelo óleo de guabiroba. Os dienos conjugados avaliam a presença de hidroperóxidos dienos conjugado resultantes da oxidação de dos ácidos graxos poli-insaturados, para esta análise, os valores para o óleo de guabiroba foram menores. As substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico indicam a presença de molonaldeído, o qual apresentou maior valor no óleo de coco, seguido pelo óleo de guabiroba e em menor quantidade no azeite de oliva. O ponto de fusão e o índice de refração foram maiores para o óleo de guabiroba. Já a tensão superficial entre o azeite de oliva e óleo de guabiroba não se diferiram estatisticamente. A densidade a 25°C, foi maior para o óleo de coco, indicando uma maior capacidade de empacotamento, que pode ser resultante da presença de ácidos graxos de cadeia saturada. Assim, conclue-se que óleo de guabiroba caracteriza-se pelo maior grau de instauração, resultados obtidos a partir do índice de iodo e refração, porém os triglicerídeos presentes no óleo de guabiroba apresentam maior peso molecular que os demais óleos, indicando a cadeia lipídica mais longa. Já a quantidade de composto bioativos foi maior no óleo de guabiroba. Em relação as análises físicas, o ponto de fusão e a densidade foi maior no óleo de guabiroba e a tensão superficial não se diferiu do azeite de oliva.

Citas

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TACO - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Núcleo de Estudos e pesquisas em Alimentação-NEPA, UNICAMP. - 4 ed. ver. e ampl. Campinas - SP, 2011. Disponível em:< http://www.unicamp.br/nepa/taco/tabela.php?ativo=tabela> Acesso: 08 de junho de 2017.

Publicado
16-10-2017