AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE GLIFOSATO PARA DUAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ANUROS BRASILEIRAS

  • Luana Vargas Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Marilia Teresinha Hartmann

Resumen

O Glifosato é um dos principais agrotóxicos utilizados no mundo, sendo considerado moderado a altamente tóxico a anfíbios. Este grupo de vertebrados aparece como o mais vulneráveis à contaminação ambiental por uma série de características morfológicas e fisiológicas, entretanto poucos são os estudos que avaliam o efeito de agrotóxicos sobre anfíbios no Brasil. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar os impactos de exposição aguda e crônica da formulação comercial de glifosato em duas espécies de anfíbios anuros brasileiras: Physalaemus cuvieri e Physalaemus gracilis. Foram coletadas desovas totais na natureza com menos de 24 horas de oviposição e colocados em aquários e condições de laboratório. Foram realizados testes de toxicidade aguda de 96 horas, na fase 24-25 de desenvolvimento para determinação da CL50, que foi de 1360 µg/L para Physalaemus cuvieri e 1530 µg/L para Physalaemus gracilis. O teste crônico seguiu o mesmo design experimental do teste agudo, com duração de quatorze dias. As concentrações crônicas avaliadas foram: 65 µg/L, 144 µg/L e 280 µg/L para P. cuvieri e 500 µg/L, 700 µg/L e 1000 µg/L para P. gracilis. Foram analisadas alteração da atividade natatória e malformação. Todas as concentrações crônicas analisadas causaram alteração na atividade natatória dos girinos expostos, sendo essa alteração influenciada pelo tempo de exposição. Ocorreram malformações na morfologia da boca e do intestino, para Physalaemus cuvieri e Physalaemus gracilis expostos ao glifosato e no controle. Não foi possível relacionar as malformações analisadas com à exposição a formulação comercial de glifosato, mas sim com alterações na atividade natatória.

Publicado
15-09-2017