CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DO RESÍDUO LIGNOCELULÓSICO DA PRODUÇÃO DO MILHO

  • Valéria Pelizzer Casara Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Aline Perin Dresch Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Guilherme Martinez Mibielli Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • João Paulo Bender Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Odinei Fogolari Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
Palavras-chave: Biomassa, Bioetanol, Aproveitamento

Resumo

A busca por matérias primas alternativa, para ampliação energética sustentável dos países, vem se destacando devido à preocupação mundial com as emissões geradas na queima de combustíveis fósseis, que resultam em danos ambientais. Neste cenário o Brasil é o segundo maior produtor de álcool combustível do mundo. O etanol atualmente produzido em nosso país é proveniente da fermentação do caldo de cana-de-açúcar e do melaço, substratos ricos em sacarose. A produção brasileira, no entanto, embora já bastante expressiva, pode vir a ter um aumento substancial quando a obtenção desse combustível for viabilizada também a partir de biomassa lignocelulósica. Nesse contexto, o resíduo da produção de milho aparece como destaque no cenário nacional e estadual. Em 2015, o estado de Santa Catarina produziu, em seus 465,4 mil hectares de área plantada, aproximadamente 2,5 milhões de toneladas deste resíduo. O desenvolvimento de um processo que disponibilize a glicose para uma posterior conversão em etanol, passa por uma adequada caracterização química da matéria-prima, principalmente nos quesitos, celulose, lignina e hemicelulose. Dessa forma, o sucesso da produção de etanol de segunda geração a partir dessa biomassa, depende da quantidade destes polissacarídeos em sua composição, logo, com a caracterização física e química, será possível propor tecnologias viáveis para o pré-tratamento, hidrólise e fermentação dos açúcares, buscando-se a produção de etanol a qual contribuirá na escolha do melhor pré-tratamento a ser utilizado no processo. Com isso, esta proposta foi lançada com o intuito de conhecer as características deste resíduo, as quais contribuirão para a viabilidade do processo. Os resultados obtidos demonstraram, para a análise granulométrica, que a palha e a folha apresentaram diâmetro superior 0,297 mm, já o caule apresentou partículas maiores, sendo na sua maioria partículas acima de 0,6 mm de diâmetro. Para o teor de umidade, as duas metodologias experimentais empregadas, estufa e infravermelho, não apresentaram diferença significativa. O teor de umidade para as amostras de biomassa ficou entre 5 e 8%. Para o percentual de cinzas, os resultados demonstraram a seguinte variação: 2,63% para o caule, 3,08% para a palha e 5,78% para a folha. Quanto à porcentagem de extrativos, os valores obtidos neste projeto mantiveram-se dentro da faixa literária e possuem concordância, pois o caule (25,36%) e a folha (25,46%) apresentam maiores índices de extrativos, quando comparados com a palha (22,61%). Por fim, a porcentagem de carboidratos para a biomassa,via análise em HPLC, resultou na faixa de 11% para as três partes. Os resultados demonstraram-se promissores, onde o resíduo proveniente do milho é viável física e quimicamente frente ao volume gerado nas lavouras.

Referências

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Publicado
16-10-2017