ABORDAGEM FARMACOLÓGICA DO DIABETES TIPO 2 E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Resumo
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a diabetes mellitus tipo 2 (DM2) são doenças altamente prevalentes e representam um sério problema de saúde pública, em decorrência das suas complicações crônicas.
De acordo com International Diabetes Federation (2014), dentre as doenças crônicas, o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) são as mais comuns, cujo tratamento e controle exigem alterações de comportamento em relação à dieta, ingestão de medicamentos e o estilo de vida. Uma epidemia de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) está em curso. No Brasil e no mundo, diabetes é um grave problema de saúde pública, o Brasil encontra-se em quarto lugar no mundo em relação à prevalência desta doença.
De acordo com Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2014) em 1985, estimava-se haver 30 milhões de adultos com diabetes (DM) no mundo, esse número cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões em 2030. DM2 é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. O tratamento da hipertensão arterial sistêmica é particularmente importante nos pacientes diabéticos.
No Brasil, os dados mais recentes mostram que 22,7% dos adultos possuem HAS, enquanto diabetes mellitus (DM) atinge 5,6% correlaciona a World Health Organization (2012). A HAS é uma doença de natureza multissistêmica e associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares.
É necessário, portanto, que os serviços de saúde orientem melhor os portadores de doenças crônicas como DM2 e HAS para adesão aos fatores modificáveis de seu estilo de vida para uma melhor qualidade de vida.
Objetivo
Este artigo visa identificar o perfil epidemiológico do DM2, HAS e abordagens.
Metodologia
Foi realizado uma revisão bibliográfica de artigos nos bancos de dados da Scielo, Pubmed, Periódicos da CAPES e LILACS. Ao finalizar as pesquisas em cada base, as referências duplicadas foram excluídas. Foram selecionados artigos publicados com teor de relevância sobre o tema sem especificação do ano. Foram incluídos artigos escritos em inglês e português. Há problemas e diferenças nos processos de indexação nas bases de dados bibliográficas; portanto, optou-se pela busca por termos livres, sem o uso de vocabulário controlado (descritores). Em relação aos critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos todos os artigos originais indexados e excluídos os artigos referentes à diabetes mellitus tipo 1.
Resultados e Discussão
Após a análise da revisão bibliográfica, pode-se constatar que, se estas doenças forem diagnosticadas precocemente, as chances de complicações mais graves diminuem, e frequentemente a hipertensão primária é uma condição pré-existente no diabetes melittus tipo 2.
O diagnóstico realizado precocemente no paciente portador de DM2 e HAS minimizam as chances de complicações. Verificou-se ainda que, em pacientes adultos, conforme a idade aumenta elevam-se também os valores de HAS e de DM2, necessitando assim de um tratamento individualizado.
Percebe-se que a intervenção ideal dessas doenças é a prevenção. Ela pode ser obtida, pelo menos parcialmente, a partir de programas de saúde dirigidos às populações com maior risco (indivíduos com sobrepeso e obesidade, em especial), que estimulem a atividade física e a redução de peso corporal. As modificações no consumo alimentar da população brasileira, baixa freqüência de alimentos ricos em fibras, aumento da proporção de gorduras saturadas e açúcares da dieta associadas a um estilo de vida sedentário, compõem um dos principais fatores etiológicos da obesidade, DM2 e outras doenças crônicas.
A educação em saúde, enquanto medida de prevenção ou retardo das doenças, é uma ferramenta importante para a redução de custos para os serviços de saúde.
Conclusão
Pode- se concluir que, a quase totalidade dos óbitos é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada, da organização da rede de serviços de saúde e principalmente, da compreensão do paciente em utilizar a medicação de forma adequada e de priorizar hábitos de vida saudável.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016), Programas de prevenção primária do diabetes vêm sendo desenvolvidos em diversos países, cujos resultados demonstram um impacto positivo sobre a qualidade de vida da população. O Sistema único de Saúde (SUS) também garante o diagnóstico e o tratamento nas unidades de saúde, desde o recebimento da medicação, o acompanhamento de seu uso e a avaliação dos resultados.
O DM2 e a HAS possuem causas multifatoriais. O tratamento destas enfermidades envolvem a utilização de fármacos específicos e a modificação do estilo de vida associada a uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.
Mediante à alta prevalência destas patologias descritas, acredita-se que a construção de uma base de dados se faz necessária, e esta deverá conter informações a respeito das adequadas condutas farmacológicas. Essa base de dados é útil tanto para orientar profissionais da área de saúde, bem como, para minimizar dificuldades de adesão ao tratamento dos portadores através de informações. Ressalta-se que, o levantamento bibliográfico sobre a implantação de uma Base de Informações Epidemiológica (BINEPI) está sendo realizado, juntamente com a construção de um protótipo.
Referências
Referências Bibliográficas
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2013-2014/Sociedade Brasileira de Diabetes; [organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio]. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.
International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas Sixth Edition Poster Update. Bruxelas, Bélgica; 2014.
Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2006; 1-48.
World Health Organization. Issues of communication and risk. World Health Report from no communicable diseases & mental health (NMH) communications. Geneva: Organization; 2012.
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Científica da XIII JIC, o qual apresenta os resultados de subprojeto de pesquisa, e concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade do Anais da XIII JIC da UFFS.
Observação: Caso o trabalho possua caráter sigiloso, o apresentador deve informar à Comissão Organizadora através do e-email jic.dpe@uffs.edu.br nos prazos indicados no Regulamento (www.uffs.edu.br/jicsimpos).