AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE NO ESPAÇO ESCOLAR: A UTILIZAÇÃO DE METOLOGIAS ATIVAS

  • Ângela Urio Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
Palavras-chave: Aprendizagem ativa, Educação em saúde, Enfermagem.

Resumo

Introdução:O presente trabalho trata-se de um relatodas ações desenvolvidas no projeto de pesquisa do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, intitulado “Ações educativas na escola: investigando a inserção de novas práticas de educação em saúde no cotidiano escolar”. Este projetode pesquisa foi executado e implementado em uma Escola pública no município de Chapecó/SC juntamente com o projeto de extensão intitulado:“Promovendo a Saúde de crianças e adolescentes por meio de ações educativas”, e estes vinculados ao programa:“Educação Saúde e Música: entrelaçando ações para uma vida saudável na infância e no adolescer”,no objetiva-se a promoção da saúde por meio de oficinas interativas com os estudantes e professores do ensino médio e fundamental da escola. A educação em saúde é um tema, que cada vez mais, vem ocupando espaços nas discussões e reflexões entre os profissionais da saúde, principalmente naqueles que atuam no âmbito da saúde coletiva, como o enfermeiro. Relaciona-se com uma atuação em saúde em que se estabelece uma interação entre aquele que educa e aquele que recebe e absorve tal educação, com a finalidade não apenas de informar, mas principalmente de trocar experiências e conhecimentos que favoreçam a promoção de hábitos saudáveis de vida. (CONVERSANI, 2004, p.40).No contexto das novas tendências pedagógicas, a Metodologia Ativa é uma das possíveis estratégias, para qual o aluno é o protagonista central, ou seja, corresponsável e pro-ativo pela sua trajetória educacional e o professor apresenta-se como coadjuvante, um facilitador das experiências relacionadas ao processo de aprendizagem (PRADO, et.al 2012, p.34). Objetivos: Compreender a construção e desenvolvimento de "novas" estratégias didático-pedagógicas de ensino para educação em saúde em um projeto de extensão universitária, e qual a relação destas com as abordagens clássicas utilizadas no cotidiano escolar. Metodologia:Uma pesquisa qualitativa que busca investigar a inserção de "novas" estratégias didático-pedagógicas de ensino para educação em saúde, onde foi investigada ao final de cada oficina, por meio de dois questionários semiestruturados, um destinado aos alunos e outro ao professor da Classe, com o intuito de perceber se as metodologias ativas são melhores compreendidas (assimiladas), pelo estudante, do que as tradicionais. Participaram deste projeto estudantes regularmente matriculados e frequentando as aulas na Escola Básica Valesca C. R. Parizotto, do bairro Jardim América, no município de Chapecó-SC, abrangendo  o ensino fundamental, o ensino médio e docentes. A seleção e recrutamento dos estudantes,  foi feita com auxílio da estratégia metodológica denominada de Snow Ball, onde um estudante indicou mais dois de sua escola, e assim sucessivamente, até completar o número de 20  entrevistados desta categoria. Já os professores, foram escolhidos pelo fato de lecionarem para os estudantes que também participaram desta pesquisa. As entrevistas foram gravadas somente para a transcrição das informações.A análise dos dados foi desenvolvida por intermédio da Proposta Operativa de Minayo (2010), a qual propõe fases para emergir temas e categorias a partir das falas dos sujeitos. Construiu-se, uma matriz analítica a partir das leituras sobre o tema de metodologia de ensino-aprendizagem. Resultados e Discussões:participaram 21 estudantes  com idade entre 10 e 17 anos, e com tempo de estudo na escola entre 1 a 12 anos. Dez professores com idade entre 21 e 48 anos, e o tempo de atuação na escola variou de um mês a 17 anos. Em relação aos estudantes, os resultados obtidos foram relativos a sanar as dúvidas oriundas da sala de aula e fora do ambiente escolar,  a maioria salientou fazer o uso de tecnologias e enfatizavam que as tecnologias deveriam estar mais presentes na escola. O entendimento dos estudantes com as oficinas de educação em saúde, no qual alguns entendem o real objetivo de promoção, prevenção e proteção da saúde, outros estendem que o assunto abordado seria para eles nunca terem contanto, como se aquilo fosse o “maior dos males”, em suas vidas. Os alunos também percebem a dificuldade dos professores em ministrar os conteúdos , pois alguns colegas atrapalham o desenvolvimento das aulas com conversas paralelas, desrespeito e dificuldade de colaboração, também podemos perceber isso também na realização das oficinas. Os estudantes relatam a pouca abordagem de saúde em sala de aula pelos professores da escola, fato que relaciona-se a um défit nas suas formações, pois a grande maioria possui formação em pedagogia. Já com os professores os resultados foram relativos a  forma de interagir com os estudantes em sala de aula, aproximar a escola da realidade destes, construir valores entre professores e estudantes em conjunto. Os métodos utilizados para contribuir no aprendizado em sala de aula, instigando os estudantes na busca do conhecimento além sala, a utilização de materiais auxiliares, como vídeos, filmes e mídias. Como o projeto de extensão tem modificado a vida dos estudantes, a diferença de vir alguém de fora trabalhar esses temas, a importância da parceria do projeto/universidade com a escola. Conclusão: Com a finalização do projeto podemos perceber que fazer e realizar pesquisa é algo interessante, estimulante e decisivo no processo de amadurecimento e conhecimento científico e prático para o estudante universitário, sendo peça fundamental no tripé acadêmico de pesquisa, ensino e extensão..Podemos perceber balizadores positivos e outros negativos. Quanto aos positivos podemos ressaltar o entusiasmo de alguns em participar da pesquisa, a percepção dos professores sobre a maneira em se ministrar as aulas; em relação aos negativos podemos perceber que tanto professores, como estudantes tem pouco ou nada de entendimento sobre aprendizagem ativa, sendo que no entendimento destes, seria uma aula lúdica. O emprego de metodologias ativas de ensino-aprendizagem favorece o desenvolvimento de competências dos discentes de enfermagem envolvidos na educação e promoção da saúde, possibilitando uma abordagem eficaz e coerente com o papel de futuros profissionais da saúde (PRADO et.al, 2012). E também para os estudantes, as oficinas de educação em saúde, são estão sendo entendidas como promotoras de saúde, mas sim como escape da rotina de aulas proposta pelo calendário escolar.

Referências

CONVERSANI, D.T.N. Uma reflexão critica sobre a educação em saúde. In Bis-Boletim do Instituto de Saúde n34. São Paulo, 2004.

Prado ML, Velho MB, Espíndola DS, Sobrinho SH, Backes VMS. Validação de metodologias ativas de ensino-aprendizagem na promoção da saúde alimentar infantil. Rev. Nutr. vol25.nº1. Campinas Jan./Feb. 2012.

MINAYO, M.C.S. (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 29 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

Prado ML, Velho MB, Espíndola DS, Sobrinho SH, Backes VMS. Arco de Charles Maguerez: refletindo estratégias de metodologias ativas na formação de profissionais de saúde. Esc. Anna Nery vol.16 nº1 Rio de Janeiro Mar. 2012

Publicado
26-09-2016