AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL DE ZOONOSES DE TRANSMISSÃO DIRETA ENTRE TRABALHADORES DA SUINOCULTURA DE CORDILHEIRA ALTA- SC

  • Patrícia Valandro Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Elidiane Rusch Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Iucif Abrão Nascif Junior Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Exposição ocupacional, Fatores de risco, Suínos, Saúde do trabalhador, Exposição a agentes biológicos.

Resumo

A suinocultura brasileira possui o quarto maior rebanho suíno mundial e encontra-se em quarto lugar no ranking de produção e exportação mundial de carne suína. O Estado de Santa Catarina é detentor de 20% do rebanho nacional, bem como possui o posto maior produtor e exportador de carne suína nacional e também o maior criador de suínos reprodutores do Brasil, sendo caracterizado com o expoente da suinocultura brasileira. Entretanto, observa-se a importância da análise de risco de zoonoses na produção suinícola, devido as variadas atividades exercidas no manejo, das quais permitem o contato com secreções, sangue, urina e materiais orgânicos como restos placentários, fetos abortados ou animais mortos associados a gama de patógenos com caráter zoonótico envolvidos nas granjas de produção animal. Evidencia-se ainda que participam como fontes potenciais de agentes água, ração, veículos de transporte e animais domésticos e selvagens, que atuam auxiliando a manutenção e transferência desses microorganismos. Avaliou-se o risco ocupacional por meio de questionário para 23 proprietários e 2 funcionários pertencentes à 16 unidades produtoras de leitões do minicípio de Cordilheira Alta-SC. Foram abordados os temas referentes a Conhecimentos, Atitudes e Práticas e sua correlação com o risco laboral de zoonoses. 52% dos produtores declaram saber da existência de zoonoses, porém, destes 20% não utilizam luvas no momento da inseminação das matrizes, bem como, 48% e 52% não utilizam equipamento de proteção individual no auxílio ao parto e no auxílio dos leitões ao nascimento, respectivamente. O contato com material biológico, associados ao desconhecimento sobre as zoonoses e a não utilização de EPI’s, aumenta significativamente o risco de transmissão direta de doenças. Práticas que previnam a transmissão de doenças devem ser adotadas e estimuladas.

Referências

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Publicado
20-09-2016