AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE PEROXIDASES COMERCIAIS E NÃO COMERCIAIS EM SISTEMA DE ULTRASSOM E MICRO-ONDAS

Resumo

O presente estudo visou avaliar o comportamento da enzima peroxidase não-comercial e comercial submetida a diferentes sistemas reacionais, para fins de aplicação na degradação da micotoxina Deoxinivalenol (DON). As enzimas comerciais utilizadas neste estudo são a peroxidase tipo IV obtida de raiz forte (RF) e a peroxidase de Bejerkandera e as enzimas não-comerciais foram extraídas de farelo de arroz (FA) e farelo de soja (FS). Para testes em ultrassom, foram investigadas a temperatura do banho ultrassônico e a potência de radiação, com tempo fixo de exposição de 10 minutos. Quanto aos testes em micro-ondas, foram os tempos de 5, 10 e 15 segundos de reação. Depois de expostas aos sistemas reacionais, a atividade enzimática das amostras foi obtida por leitura da transmitância em espectrofotômetro UV-VIS a 470 nm. As peroxidases foram então utilizadas para degradação de DON (com exceção da peroxidase de Bejerkandera). A avaliação da cinética de degradação constituiu-se de etapas que envolveram diferentes sistemas: DON em meio tamponante (D); DON em meio tamponante contendo peroxidase e o cofator H₂O₂ (DPOP); DON em meio tamponante contendo peroxidase e o substrato guaiacol (DPOG) e DON em meio tamponante contendo peroxidase, H₂O₂ e guaiacol (DPOPG). No estudo cinético foram avaliados diferentes tempos de incubação sob agitação constante. Os resultados obtidos para o tratamento com ultrassom sugerem que houve alteração na atividade das peroxidases, e o tratamento em micro-ondas apresentou incremento na atividade da enzima de FA, porém as enzimas de FS e de RF não apresentaram incrementos na atividade. Em relação à Peroxidase de Bejerkandera, houve um pequeno incremento de atividade quando exposta ao micro-ondas e não houve incremento com tratamento em ultrassom. Na degradação de DON, de maneira geral, as enzimas de FA e FS purificadas não apresentaram ação degradativa sobre o DON, mas os resultados obtidos para aplicação das enzimas após tratamento em ultrassom apresentaram degradação significativa. E os dados de testes de degradação para a enzima comercial RF evidenciam que a peroxidase possui potencial degradativo sobre essa micotoxina. O uso do ultrassom se mostrou promissor devido aos efeitos positivos nas atividades das peroxidases, e o tratamento com micro-ondas, por ser um método limpo e barato, pode ser considerado uma alternativa ao fornecimento convencional de energia a sistemas químicos catalisados por essas enzimas.