CRISE, MIGRAÇÃO E TRABALHO: TRAJETÓRIAS MIGRANTES VENEZUELANAS

Autores

  • Leonardo Antonio Hernandez Campos E.E.B. Tancredo de Almeida Neves
  • Monique Francieli Gielda E.E.B. Tancredo de Almeida Neves
  • Vicente Neves da Silva Ribeiro Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Migrações, Venezuela, Trabalho, Oeste Catarinense

Resumo

O trabalho analisa a presença e a inserção laboral de migrantes venezuelanos no Oeste de Santa Catarina, articulando dados da Operação Acolhida e dos registros administrativos do mercado de trabalho. A partir dos microdados do Painel da Interiorização (MDS), observa-se que a Região Sul concentrou mais da metade das interiorizações entre 2018 e 2024, com destaque para Santa Catarina, que recebeu mais de 32 mil pessoas, metade delas destinadas ao Oeste do estado. Os dados da RAIS confirmam esse padrão: em 2024, quase 50 mil vínculos formais de trabalho foram registrados com migrantes venezuelanos em Santa Catarina, evidenciando que, para além dos interiorizados, muitos chegam por meios próprios, ativando redes e rotas independentes. Mesmo com a redução nas interiorizações em 2024, os vínculos continuaram crescendo, revelando a dinâmica da inserção laboral. No Oeste catarinense, o setor de abate e processamento de carnes concentrou 55% dos vínculos formais em 2023, apontando para uma segmentação do mercado de trabalho que absorve migrantes em funções de alta rotatividade e desgaste físico. Esses resultados permitem compreender como políticas de interiorização e demandas empresariais se articulam em um processo de recrutamento humanitário. 

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Publicado

06-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Campus Chapecó