DESENVOLVIMENTO DE NANOFORMULAÇÃO CONTENDO EXTRATO DE CASCA DE OLEAGINOSA E EFEITO ANTIMICROBIANO SOBRE BACTÉRIAS ISOLADAS DO CONDUTO AUDITIVO DE CÃES ACOMETIDOS POR OTITE EXTERNA.

Autores

  • Ana Clara Martins Mariano UFFS
  • Emily Santos Rodrigues
  • Andressa Beacher
  • Bruna Alves Ottobeli
  • Katharine Margaritha
  • Lincoln Gonçalves Marcilio
  • Fernanda De Oliveira Lima
  • Letiére Cabreira Soares
  • Dalila Moter Benvegnú

Palavras-chave:

Inflamação, Resistência

Resumo

A otite externa é caracterizada como um processo inflamatório que acomete o conduto auditivo dos cães, sobretudo a porção externa que pode ser causada por agentes infecciosos, como bactérias e fungos. Porém, o uso indiscriminado de antibióticos, na tentativa de tratar essa doença, tem contribuído para a seleção de cepas bacterianas resistentes aos medicamentos. A utilização de produtos fitoterápicos juntamente com a nanotecnologia com o objetivo de reduzir efeitos adversos à saúde humana e animal e prevenir a resistência microbiana, vem se tornando uma alternativa promissora, visto que a junção da nanotecnologia poderia contribuir para o aumento das propriedades fitoterápicas das cascas e ser favorável para o tratamento de otite canina. Com isso, o objetivo desse trabalho é avaliar a atividade antibacteriana de nanoformulação contendo extrato da casca de noz-pecã em bactérias isoladas do conduto auditivo de cães acometidos por otite externa. O projeto foi cadastrado na plataforma eletrônica do Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SISGEN). A extração foi realizada no Laboratório de Química Orgânica da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza, utilizando 25 g de pó de casca de noz-pecã e e 250 mL de solvente, levados no equipamento Soxhlet. Foram preparados extratos com diferentes solventes extrato aquoso (250 mL de água destilada) e extrato hidroalcoólico (125 mL de água + 125 mL de etanol). Na sequência foi preparada a nanoformulação. Primeiramente foi produzida a fase aquosa da nanoformulação, depois a fase orgânica, em outro béquer, adicionou-se 10 µL de um dos extratos a 0,5 mL de diclorometano, para dissolver o extrato. Misturando-se à solução orgânica e por fim realizada a emulsão no sonicador de ponta. Para a realização das análises microbianas, amostras bacterianas foram obtidas de 20 cães diagnosticados com otite externa, realizando teste de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM). Os dados foram tabulados em Microsoft Excel (última versão) e analisados no Software JASP 0.19. Como resultados obtivemos que, nos testes de CIM, tanto o extrato hidroalcóolico quanto o aquoso apresentaram elevada taxa de resposta positiva, correspondendo a 85% e 90%, respectivamente com diferenças significativas entre as formulações (χ²=49,8; gl=3; p<0,001). O extrato hidroalcoólico nanoencapsulado apresentou atividade em 20% dos casos (4 cepas) nos quais o extrato livre não se mostrou eficaz, entretanto, para o extrato aquoso nanoencapsulado, não houve atividade inibitória detectada. Nos testes de CBM, as formulações livres, tanto aquosa quanto hidroalcóolica, apresentaram desempenho superior, com exceção do extrato hidroalcóolico nanoencapsulado que inibiu 3 cepas que o extrato livre não foi capaz de inibir. Considerando os resultados obtidos neste estudo, é possível concluir que, os extratos de casca de noz-pecã possuem atividade antibacteriana promissoras contra bactérias isoladas de cães com otite externa, especialmente na forma hidroalcóolica livre.

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Publicado

06-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Campus Realeza