AGROTÓXICOS E SAÚDE INFANTIL: PRESENÇA DE SINAIS DE RISCO AO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Resumo

O trabalho analisa a relação entre exposição a agrotóxicos e riscos ao desenvolvimento infantil na região das Missões/RS. Parte-se da constatação de que crianças são mais vulneráveis aos efeitos dessas substâncias e que biomarcadores, como o micronúcleo em células da mucosa bucal, são úteis para detectar alterações precoces. O estudo foi quantitativo e observacional, aprovado pelo Comitê de Ética da UFFS. Foram avaliadas 32 díades mãe-bebê residentes em áreas próximas a lavouras, com duas coletas em períodos de maior uso de fungicidas. As análises celulares foram acompanhadas de questionários sobre hábitos, exposição e condições de vida. Os resultados mostraram que a maioria das mães era dona de casa, com ensino médio completo e faixa etária entre 21 e 44 anos. Não houve associações estatisticamente significativas entre fatores como consumo de álcool, chimarrão, fumo passivo, abastecimento de água ou pulverização doméstica e a presença de micronúcleo. No entanto, observou-se frequência aumentada dessas alterações, o que pode indicar influência de agrotóxicos ou outros determinantes não avaliados. há necessidade de monitoramento contínuo de díades em áreas rurais e de maior investimento no uso de biomarcadores, incluindo alternativas não invasivas como cabelo, para prevenir impactos no desenvolvimento infantil.