TOXICIDADE DO INSETICIDA CLOTIANIDINA PARA ESPÉCIES ALTERNATIVAS DE COLÊMBOLOS

Resumo

Alguns estudos demonstraram o efeito tóxico da clotianidina para organismos não-alvo da fauna edáfica, como os colêmbolos (ALVES et al., 2014; SILVA et al., 2020). Espécies alternativas como Sinella curviseta e Proisotoma minuta também podem oferecer diferentes níveis de sensibilidade para as análises de risco, visto que são de reprodução sexuada e de ocorrência diferente daquela do gênero Folsomia, padrão para testes. Assim, se buscou comparar o potencial tóxico e o risco ecológico da clotianidina para duas espécies alternativas de colêmbolos com os resultados existentes para a espécie padrão em Solos Tropicais. Os colêmbolos foram criados em laboratório, com temperatura e fotoperíodo controlado, alimentados com levedura (Saccharomyces cerevisiae), induzida a reprodução e coletados os ovos para realização dos testes. A contaminação do solo foi realizada por diluição do agrotóxico em água destilada e aplicado manualmente no solo, onde foram inseridos os organismos. Os ensaios de toxicidade crônica foram executados por 28 dias, conforme ISO 11267 (ISO, 2014), com um delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis tratamentos (concentrações + controle) e cinco repetições. Foi realizada ANOVA, seguida do teste de Dunnett (p<0,05) para determinar a menor concentração com efeito observado (LOEC) e a maior concentração sem efeito observado (NOEC), além de outros métodos para obter as concentrações com efeitos em 10% e 50% da população (EC10 e EC50). Análises foram realizadas no software Statistica 7.0®. Observou-se maior toxicidade para ambas as espécies em Neossolo quando comparado com Latossolo, além de menor toxicidade para espécies alternativas em comparação a F. candida (espécie padrão). A clotianidina causou efeito tóxico sobre as espécies P. minuta e S. curviseta em solos naturais tropicais distintos, mas para o mesmo tipo de solo, os efeitos foram semelhantes entre as espécies.