BIORREMEDIAÇÃO DE SOLO AGRÍCOLA POLUÍDO COM HERBICIDAS DE LONGA PERSISTÊNCIA

Autores

  • Eduarda Batistelli Giacomolli UFFS
  • Douglas Alessandro Haboski
  • Tailana Iager
  • Otávio Augusto Dassoler
  • Lucas Tedesco
  • Amanda Bernardi Rempel
  • Leandro Galon

Palavras-chave:

despoluição de solo; herbicidas; produção sustentável.

Resumo

O controle de plantas daninhas na agricultura atualmente é realizado principalmente através do método químico, por ser eficiente, prático e apresentar menor custo ao se comparar com outras formas de manejo. Esses produtos podem apresentar elevada persistência no solo e ocasionar vários efeitos, dentre eles destaca-se o carryover que prejudica as culturas semeadas em sucessão as aplicações. A utilização de plantas de cobertura para a fitorremediação de solos contaminados vem ganhando destaque como uma tecnologia sustentável, visto que é um método de despoluição eficaz e de baixo custo. O objetivo do trabalho é avaliar o potencial biorremediador das espécies vegetais utilizadas como pastagens, cobertura do solo ou para a produção de grãos após aplicação de diuron, sulfentrazone e diuron+sulfentrazone. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, sendo as unidades experimentais constituídas por vasos plásticos com capacidade para 8 dm3, preenchidos com solo de lavoura. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições. No fator A alocou-se os herbicidas, diuron, sulfentrazone e diuron+sulfentrazone aplicados em pré-emergência das espécies com potencial biorremediador. No fator B distribui-se as doses dos herbicidas: diuron (0, 490 e 980 g i.a ha-1), sulfentrazone (0, 245 e 490 g i.a ha-1), e diuron + sulfentrazone (0, 490+245 e 980+490 g i.a ha-1). E no fator C foram dispostas as espécies com potencial biorremediador: aveia preta (Avena strigosa), ervilhaca (Vicia sativa), centeio (Secale cereale), nabo (Raphanus sativus), trigo mourisco (Fagopyrum esculentum), azevém (Lolium multiflorum), tremoço (Lupinus albus) e a mistura dessas (Mix). Aos 45 dias após a emergência (DAE) das espécies biorremediadoras, essas foram seccionadas rente ao solo para determinação da massa seca da parte aérea (MS – g vaso-1). As plantas foram acondicionadas em sacos de papel kraft e postas para secagem em estufa com circulação forçada de ar, a uma temperatura de 60±5ºC. Na segunda etapa do experimento realizou-se a coleta do solo o qual foi cultivado as espécies com potencial biorremediador, peneirado e alocado em vasos plásticos com capacidade volumétrica de 5 dm3. Semeou-se como espécie bioindicadora da despoluição do solo, a cultura do pepino (Cucumis sativus L.). Esse experimento foi conduzido no delineamento de blocos casualizados, semeando-se 12 sementes de pepino por vaso. Aos 26 DAE foram avaliadas a AF (cm2 vaso-2) e MS (g vaso-2) da planta bioindicadora. Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo teste F, em havendo significância as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05). A aplicação de 245 g ha-1 de sulfentrazone demonstra a maior produção de MS de todas as espécies com potencial fitorremediador de solo. O mix de espécies proporciona os maiores índices de AF e de MS das plantas de pepino ao se aplicar diuron, sulfentrazone e diuron+sulfentrazone, respectivamente, na dose (1x) e no dobro das doses (2x), demonstrando assim potencial de biorremediar o solo contaminado com esses herbicidas.

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Publicado

06-10-2025

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Campus Erechim