A Revolução Cubana vista pelos anarquistas: um exercício de interpretação

Autores

  • Samuel Victor Zukowski Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim
  • Jéssica Christy Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim
  • Prof. Dr. Cassio Brancaleone Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim

Palavras-chave:

Anarquismo, Revolução Cubana, Autogestão, Crítica ao Estado, Movimentos sociais

Resumo

O presente estudo investiga a participação e o impacto dos anarquistas na Revolução Cubana de 1959, buscando recuperar experiências e discursos pouco explorados pela historiografia oficial. A pesquisa de caráter qualitativo, se baseou em análise documental e revisão bibliográfica, abrangendo fontes primárias como periódicos (El Libertario, Solidaridad Gastronómica) e testemunhos de militantes exilados. Entre 1940 e 1960, os anarquistas atuaram em sindicatos, movimentos estudantis e frentes armadas contra a ditadura de Fulgêncio Batista, e se integraram ao Movimiento 26 de Julio e ao Diretório Revolucionário. Os resultados evidenciam que, apesar da contribuição decisiva para a derrubada do regime, os anarquistas foram posteriormente marginalizados pelo novo governo, que consolidou um modelo marxista-leninista centralizador, resultando em repressão, exílio e invisibilização histórica desses militantes. A análise mostra que sua presença representou tanto uma força de mobilização quanto um paradoxo, já que a promessa de autogestão foi substituída pela centralização estatal. Conclui-se que o estudo atinge seus objetivos ao revelar a relevância e os limites da atuação anarquista na Revolução Cubana, oferecendo perspectivas para compreender os dilemas dos movimentos libertários em processos revolucionários e seu legado para os debates sociais contemporâneos.

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Publicado

06-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Campus Erechim