AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO TEMPO DE COLHEITA NA COMPOSIÇÃO LIGNOCELULÓSICA DA BIOMASSA DE CAPIM ELEFANTE

Autores

  • Kaillany Eduarda Gonçalves Lipes Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Aline Perin Dresch Universidade Federal do Paraná
  • Siumar Pedro Tironi Universidade Federal da Fronteira Sul
  • João Paulo Bender Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Guilherme Martinez Mibielli Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Celulose, Hemicelulose, Lignina

Resumo

O capim elefante (Pennisetum purpureum) destaca-se como uma biomassa lignocelulósica  promissora devido ao seu rápido crescimento, elevada produtividade de matéria seca e  adaptabilidade a diferentes condições climáticas e edafológicas. Essa planta apresenta em sua composição teores significativos de celulose, hemicelulose e lignina, sendo indicada para aplicação em biorrefinarias e em processos industriais sustentáveis. O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do tempo de colheita sobre a composição lignocelulósica do  capim elefante, por meio da caracterização química de amostras coletadas em quatro estágios de desenvolvimento (60, 90, 120 dias e rebrote de 60 dias). As análises foram realizadas  conforme protocolos estabelecidos pelo National Renewable Energy Laboratory (NREL), permitindo a quantificação de proteínas, extrativos, cinzas, celulose, hemicelulose e lignina. Os resultados mostraram que a produtividade do capim-elefante aumentou significativamente com o avanço da idade de corte, passando de 64,77 t ha⁻¹ aos 60 dias para 291,32 t ha⁻¹ aos 120 dias. Os caules colhidos mais tardiamente apresentaram teores mais elevados de lignina e extrativos, enquanto as folhas dos estágios iniciais foram mais ricas em proteínas e cinzas. A celulose apresentou pouca variação ao longo do tempo, sendo relativamente estável entre os diferentes cortes. Conclui-se que o tempo de colheita exerce influência direta na composição lignocelulósica da biomassa. Os teores mais elevados de lignina foram observados nos estágios mais tardios (principalmente aos 120 dias), o que reflete o processo natural de maturação da planta. Assim, a escolha do momento ideal de corte deve considerar a aplicação final da biomassa: colheitas em estágios mais jovens podem ser mais adequadas para processos que exigem menor teor de lignina, enquanto cortes mais tardios podem ser vantajosos quando se busca maior rendimento de matéria seca e maior concentração de compostos estruturais. 

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Publicado

06-10-2025

Edição

Seção

Engenharias - Campus Chapecó