A CRÍTICA LITERÁRIA NO PRESENTE II
Palavras-chave:
Literatura; Crítica Literária; Metáfora; Leitura; Discurso.Resumo
1 Introdução
A crítica literária faz parte da história da literatura brasileira. Grandes críticos como Álvaro Lins, Mário Faustino, Antonio Candido, Silviano Santiago e João Cezar de Castro Rocha constituem uma ótima amostra de críticas escritas em jornais para um público amplo. A crítica presente nas obras, proporciona, através de sua polêmica, a motivação para os leitores a, de fato, lerem os livros após uma crítica positiva ou negativa. Positiva, para apreciarem a leitura, ou negativa, para concordar ou discordar do crítico ou do autor do livro. Como sempre fez parte da sociedade em geral, a crítica literária, atualmente, ganha outras formas de se propagar: via redes sociais (Youtube, Instagram, Twitter e TikTok), podcasts, jornais, revistas e através do ambiente acadêmico.
Assim, neste trabalho, teremos três seções: iniciaremos observando os conceitos de literatura nas críticas de jornais de João Cezar de Castro Rocha, produzidas no ano de 2006 para o caderno de ideias do Jornal do Brasil. Através desta seção, podemos observar o movimento que João Cezar faz para chegar ao conceito de literatura, apresentando primeiramente a sinopse ou descrição da obra, fazendo inferências com outras obras, para ao fim, definir o que seria a literatura. Na próxima seção, procuramos aproximar o trabalho de João Cezar com os de Antonio Candido e Georges Didi- Huberman, a fim de expor que esses críticos também faziam o mesmo movimento que Rocha faz em suas críticas. Por fim, na última parte debateremos sobre a maior parte das críticas que pensam o literário estarem em ambientes acadêmicos e não sendo acessada pela população, impossibilitando a formação de novos leitores.
2 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo buscar as dimensões do literário nas críticas de jornais de João Cezar de Castro Rocha, historiador e professor de literatura comparada da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
3 Metodologia
A metodologia se deu através de análise documental, da coletânea Pena Afiada, coluna de críticas do caderno de ideias do Jornal do Brasil. Depois disso, os textos de Antonio Candido, Dialética da Malandragem, e de Georges Didi- Huberman, Os brancos tormentos do testemunho, foram usados como base para uma reconstituição dos passos que João Cezar faz em suas críticas. Na última parte, os textos de Susan Buck Morss e Alcir Pécora embasaram a discussão sobre a importância das críticas também abordarem as diferentes dimensões do literário, ampliando as concepções que os leitores possuem.
4 Resultados e Discussão
A principal discussão deste projeto, é analisar o âmbito do conceito de literatura nas críticas de jornal de João Cezar de Castro Rocha. Além disso, buscamos relacionar o trabalho de Rocha com o trabalho de dois grandes pensadores: Antonio Candido e Didi Huberman, para mostrar que a crítica se encontra em outros ambientes além do literário, como em obras de arte. Ademais da análise do literário nas críticas de jornais, problematizamos a questão de a maior parte das críticas estarem presentes em âmbito acadêmico não chegando ao acesso popular, que poderia surtir mais efeito na formação de novos leitores caso acontecesse.
5 Conclusão
Após as discussões das questões tratadas neste trabalho, podemos ressaltar a importância que o trabalho de João Cezar de Castro Rocha tem na crítica literária do presente, transitando entre espaços acadêmicos e populares, possibilitando um acesso da crítica literária em relação a públicos mais amplos, transformando-se em algo produtivo para os professores da escola básica, que podem fazer uso de suas críticas para trazer outra perspectivas de leitura das grandes obras clássicas brasileiras, expandindo as possibilidades do leitor comum e motivando-os a aventurar-se no mundo da literatura.
Referências Bibliográficas
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ROCHA, João Cezar de Castro. “A farda e o fardão [“O espelho”, de Machado de Assis]”. Jornal do Brasil / Ideias, p. 6, 2 de setembro de 2006.
BUCK-MORSS, Susan. Estética e anestética: o "ensaio sobre a obra de arte" de Walter Benjamin reconsiderado. Travessia, Florianópolis, n. 33, p. 11-41, jan. 1996.
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OS BRANCOS tormentos do testemunho. Comunicação por Georges Didi-Huberman. Tradução de Renata Correia Botelho e Rui Pires Cabral. Lisboa: Culturgest. 15 mar. 2012. 1 vídeo (46 min). Disponível em: https://proymago.pt/didi-video. Acesso em: 09 ago. 2024.
PÉCORA, Alcir. Literatura, História e crítica contemporânea. Itinerários: revista de literatura, Araraquara, n. 21, p. 13-25, 2003.
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