Comportamento suicida em estudantes de Medicina

Resumo

Estudo transversal, realizado com graduandos de Medicina do Rio Grande do Sul, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos. Os dados foram coletados por meio de questionário on-line e englobaram aspectos sociodemográficos, de saúde e de hábitos de vida. O comportamento suicida foi operacionalizado a partir de uma ou mais respostas afirmativas às seguintes perguntas: “Alguma vez você pensou seriamente em pôr fim a sua vida?”; “Alguma vez você traçou um plano para pôr fim a sua vida?” e; “Alguma vez você tentou pôr fim a sua vida?”. Além da descrição da amostra, foi estimada a prevalência do desfecho, com intervalo de confiança de 95% (IC95), e verificada sua distribuição de acordo com as variáveis de exposição empregando-se o teste do qui-quadrado e admitindo-se erro tipo I de 5%.
Amostra composta por 85 estudantes, com destaque para mulheres (65,9%), heterossexuais (75,3%), brancas (81,2%), 62 (72,9%) mudaram-se (de município/Estado) para cursar faculdade, 46 (54,2%), residem sozinhas, com renda média familiar entre R$ 2.500,00 e R$ 5.999,00 (37,6%), e estão no primeiro ano de curso (21,2%). Dessas, 87,1% praticam algum tipo de atividade física, 85,9% negam tabagismo, 76,5% consomem ou consumiram em algum momento bebidas alcoólicas, e 84,7% negaram uso de qualquer droga ilícita. Ainda, 39 estudantes (45,9%) responderam ter pensado seriamente em pôr fim a própria vida, 25 (29,4%) admitiram ter traçado planos para tal, e 6 (7,1%) realizaram a tentativa de suicídio. Todos os estudantes que responderam “sim” para ter traçado planos e /ou tentativa, responderam “sim” para pensamentos, ou seja, consideramos esses 39 (45,9%) como o n final de estudantes com comportamento suicida.