Agricultoras expostas ocupacionalmente a agrotóxicos e o desenvolvimento de transtornos mentais e marcadores de neuro-inflamatórios

  • Mayara Freire da Silva UFFS
  • Dalila Moter Benvegnú
  • Ana Clara Martins Mariano
  • Gabriela Sandri
  • Carolina Panis
  • Karen Cristine Silva de Oliveira
  • Kairo Adriano Ribeiro de Carvalho
  • Maiara Grassiela Rossi
Palavras-chave: Agroquímicos; Biomarcadores; Citocinas; Doenças neurotípicas.

Resumo

Atualmente, o Brasil ocupa a 4ª posição mundial de maior exportador de produtos agropecuários, e com o intuito de diminuir a incidência de pragas que coloque o desempenho da produção em risco, houve também um aumento significativo do uso de agrotóxicos nas atividades desempenhadas. Sabe-se que a exposição humana a agroquímicos pode desencadear alterações comportamentais, devido a desregulação do eixo-hipotálamo levando a quadros de transtornos mentais como ansiedade e depressão, dessa forma, cada vez mais trabalhadores rurais estão cotidianamente desenvolvendo e manifestando sinais clínicos de psicopatologias aumentando a sobrecarga do serviço de saúde pública. Com isso, esse resumo teve como objetivo fazer a análise da relação existente entre mulheres agricultoras que residem e/ou trabalham em propriedades rurais no Sudoeste paranaense e que são expostas ocupacionalmente a defensivos
agrícolas e a incidência do desenvolvimento de transtornos mentais como depressão e ansiedade e mensurar os níveis de marcadores neuro-inflamatórios. Foram selecionadas para o estudo 94 mulheres, maiores de 18 anos, atendidas no Hospital do Câncer (CEONC) da cidade de Francisco Beltrão – PR, caracterizadas pela ausência de neoplasias malignas de mama, as quais foram alocadas em dois grupos, diretamente expostas e não expostas a agrotóxicos. Para realização da pesquisa foi aplicada a escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), para mensuração de sinais e sintomas de ansiedade e depressão e após a aplicação do questionário, foi realizada a coleta de sangue das voluntárias, para análise da enzima butirilcolinesterase (BuChE) e também do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) e das citocinas interleucina 1β e interleucina 6. No presente estudo não foi possível associar os biomarcadores IL-1β, IL-6, BDNF e BChE com a incidência de transtornos mentais nas pacientes expostas aos agrotóxicos. Pressupõe-se que isso possa ter ocorrido devido à diferença entre o número de participantes expostas e não expostas, bem como pelo provável baixo grau de exposição e a suscetibilidade pessoal de cada participante ao qual colaborou para que os quadros de depressão e ansiedade não apresentassem ocorrência considerável contribuindo assim para tais resultados pouco expressivos.

Publicado
18-09-2024
Seção
Ciências da Saúde - Campus Realeza