AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DO INGREDIENTE ATIVO DO HERBICIDA 2,4-D NO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DE ANFÍBIOS

  • Cristina Bridi Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Guilherme Ferreira Felicione
  • Jenifer Eduarda Luterek
  • Inete Baú
  • Flavia Bernardo Chagas
  • Aline Pompermaier
  • Paulo Afonso Hartmann
  • Marília Hartmann
Palavras-chave: Anura; Ecotoxicologia; Agrotóxicos; Physaleamus.

Resumo

O ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), uma auxina sintética descrita em 1942, é amplamente utilizado como herbicida, sendo o segundo mais vendido no Brasil. Esse composto pode contaminar águas superficiais e sedimentos, afetando anfíbios mesmo em áreas remotas devido ao transporte atmosférico de seus resíduos. A Lista Vermelha da IUCN (2022) revela que cerca de 35% das espécies de anfíbios estão ameaçadas de extinção. Anfíbios, como a espécie Physalaemus gracilis (rã-chorora), são bons bioindicadores ambientais devido à sua biologia e capacidade de acumular poluentes. Avaliar o impacto do 2,4-D em organismos não-alvos, especialmente em fases iniciais de vida de anfíbios, é crucial para compreender os efeitos desse herbicida no ambiente. O trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade do ingrediente ativo do agrotóxico 2,4-D no início do desenvolvimento de embriões de Physalaemus gracilis.A sobrevivência dos embriões diminuiu significativamente com o aumento das concentrações de 2,4-D, sendo de 58,33% a 20 µ/L e apenas 30% a 30 µ/L. A atividade natatória também foi alterada, com letargia prevalente em concentrações mais altas, especialmente a 30 µ/L, onde mais de 50% dos organismos apresentaram comportamento letárgico. Esses resultados destacam o impacto negativo do 2,4-D sobre a sobrevivência e comportamento de anfíbios, sublinhando a ameaça que esse herbicida representa para as populações de anfíbios e sua importância ecológica.

Publicado
12-09-2024
Seção
Outros - Campus Erechim