ESTUDO CINÉTICO DO ARMAZENAMENTO DE GRILOS
Resumo
A crescente população mundial, projetada para ultrapassar 9,5 bilhões de pessoas até 2050, apresenta desafios significativos para a segurança alimentar global. Com a escassez e o aumento dos custos dos recursos naturais, torna-se imperativo explorar fontes alternativas de nutrientes e implementar novas estratégias para a produção de alimentos. Neste sentido, a entomofagia, ou consumo de insetos, é uma prática antiga, que remonta aos primeiros hominídeos (ARAÚJO, 2019). No entanto, com o desenvolvimento das técnicas agrícolas e a domesticação de animais, o consumo de insetos foi marginalizado, especialmente nas sociedades ocidentais. Atualmente, estima-se que mais de 2.000 espécies de insetos sejam consumidas por cerca de 3.000 grupos étnicos em mais de 100 países (FAO, 2015).
O consumo de insetos é uma opção promissora por serem ricos em proteínas, vitaminas e minerais, além de desempenharem papéis importantes no ecossistema, como polinização e controle de pragas. Os insetos comestíveis oferecem um potencial nutricional, econômico e sustentável, em contraste com a pecuária, que demanda grandes quantidades de água e terras agrícolas. Logo, estudar a estabilidade dos insetos como alimento é um processo complexo influenciado por fatores, como temperatura, luz, oxigênio e outros. O armazenamento adequado desempenha um papel crucial na estabilidade, pois influencia diretamente a ocorrência de reações de oxidação hidrolítica e enzimática durante o período entre fabricação/consumo, que podem comprometer a vida útil e a segurança dos alimentos (FENNEMA et al., 2010). O projeto teve como objetivo avaliar a estabilidade dos ácidos graxos da farinha de Gryllus assimilis em diferentes temperaturas com e sem a incidência de luz ultravioleta. A farinha de Gryllus assimilis foi reservada em dois tipos de embalagens (1 que permitiria incidência de luz ultravioleta - raios UV) e 1 que evitaria a incidência de luz ultravioleta), nas temperaturas de 20, 40 e 60°C.
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