PATERNIDADES EM CURSO DURANTE O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DE GÊNERO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Resumo

O processo de transição da identidade de gênero pode gerar instabilidades nos aspectos sociais e psicológicos do indivíduo. Além disso, a falta da paternidade como uma rede de apoio pode agravar os casos, gerando impactos na resignação sexual e na tomada de decisão de crianças e adolescentes. A disforia de gênero é um desconforto relacionado ao sexo de nascimento, é um problema de saúde pública e requer muita atenção do pai e de toda a família para lidar com os desafios que se apresentam durante a passagem. Contudo, insuficiente atenção na literatura é dada às experiências de paternidade durante a transição dos seus filhos. Por conta disso, este estudo objetivou analisar o processo de transição vivenciado por pais ao reconhecerem a disforia de gênero de seus filhos, buscando se ajustar aos seus novos papéis de apoio. Para isso, utilizou-se de uma abordagem qualitativa e do suporte teórico da teoria das transições, participando 10 pais com seus filhos em transição de identidade de gênero. As entrevistas foram realizadas mediante um roteiro semiestruturado e foram gravadas, transcritas e submetidas à análise temática reflexiva. Os resultados permitiram identificar os condicionantes dos pais que podem contribuir para facilitar ou inibir o processo de transição. A atribuição da teoria das transições mostrou ser um recurso eficiente para profissionais de saúde e pesquisas futuras como um referencial que permite conhecer e identificar antecipadamente os fenômenos que auxiliam ou dificultam na transição. Assim, espera-se que essa pesquisa demonstre evidências científicas, cuidados de Enfermagem e práticas educativas que favoreçam a transição de crianças e adolescentes.