AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE APÓS CUIDADOS HOSPITALARES INTENSIVOS DE PACIENTES PÓS-COVID-19 EM UM MUNICÍPIO DO NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

  • Marcelo João Hildebrando Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ivana Lorraine Lindemann Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jossimara Polettini Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Dreissi Cristina Brun Belle
  • Renata Dos Santos Rabello Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Unidade de terapia intensiva, Qualidade de vida, COVID-19

Resumo

Introdução: A pandemia de COVID-19 (Coronavirus Disease 2019), causada pelo vírus SARSCoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome CoronaVirus 2) teve início em dezembro de 2019 e foi classificada como pandemia em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2020). Além da importância do manejo da fase aguda da COVID-19, o correto gerenciamento e acompanhamento do paciente após essa fase também é relevante. O PÓS-COVID-19 tem provocado muitas sequelas nos sobreviventes, porém a forma como estas interferem nas atividades de vida diária e na qualidade de vida das pessoas acometidas ainda permanece sob investigação. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida após a alta hospitalar de pacientes que foram internados em Unidade de Terapia Intensiva devido a complicações causadas pela COVID-19 em um município do norte gaúcho. Além disso, descrever as características sociodemográficas, clínicas, de saúde e comportamentais, em até 12 meses após a alta hospitalar, em pacientes que foram internados em UTI devido a complicações causadas pela COVID-19. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, de caráter descritivo, realizado em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, no período de setembro de 2022 a agosto de 2023, como um recorte da pesquisa intitulada “Análise da situação de saúde pós COVID-19 no sul do Brasil” institucionalizada na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (CEP-UFFS) sob parecer nº 5.453.565. Resultados e discussão: 32 participantes foram hospitalizados em unidade de cuidados intensivos por COVID-19, sendo que 18 (56,2%) são do sexo masculino, 18 (56,2%) da raça/cor branca, mais da metade (65,6%) são casados ou vivem com o companheiro(a), com média de 63,6 anos de idade. Quase metade (46,9%) da amostra concluiu pelo menos o ensino fundamental/primeiro grau 1 e cerca de 60% não exercem atividade remunerada (aposentado/pensionista/dona(o) de casa). Observa-se, também, que o índice de massa corporal dos indivíduos teve um leve aumento após a internação, sendo que excesso de peso e obesidade grau I são as mais prevalentes na amostra tanto antes (50,0%), quanto depois (53,1%) da internação. Ainda assim, nota-se que a percepção do estado geral de saúde dos pacientes antes da internação era predominantemente positiva, com 9,4% dos pacientes relatando estar ótima, 28,1% muito boa e 31,3% considerarem boa, 28,1% regular e somente 3,1% dos participantes relatarem considerar sua saúde ruim. Entretanto, a percepção do estado de saúde após a internação foi predominantemente negativa, sendo que nenhum participante considerou ótima, apenas 3,1% classificam como muito boa, 15,6% avaliam como boa, 40,6% como regular e 40,6% consideram ruim Conclusão: A partir dos resultados dessa pesquisa observou-se algumas consequências à qualidade de vida após COVID-19, assim como o perfil clínico epidemiológico dos indivíduos mais acometidos no município e, assim, contribuiu-se para o aprimoramento da assistência prestada com foco na reabilitação pós-COVID-19.

 

Publicado
03-10-2023