HQS BRASILEIRAS NO SÉCULO XXI: INOVAÇÃO E REPRESENTATIVIDADE

INOVAÇÃO E REPRESENTATIVIDADE.

Resumo

O presente trabalho, relacionado ao estudo desenvolvido pelo projeto de pesquisa “HQs brasileiras no século XXI: inovação e representatividade”, com auxílio por meio de bolsa de Iniciação Científica do CNPq, tem por objetivo analisar a obra Cumbe de Marcelo D'Salete, publicada em 2018. Na história em quadrinhos, há a luta de vários negros escravizados durante o período colonial brasileiro. Com uma temática forte, uma arte fluida e realista, Cumbe traz em sua história elementos que podem passar despercebidos para o leitor em um primeiro momento. Como a HQ possui várias histórias, optamos por analisar três narrativas dentro da obra: Calunga, Sumidouro e Cumbe. Apesar delas não estarem interligadas, todas carregam o mesmo teor forte e pesado do período da  escravidão no Brasil. As histórias escolhidas apresentam elementos significativos, por conta do estilo da arte que Marcelo D'Salete opta por usar em sua obra. A análise é feita com base nas técnicas e teorias de Scott McCloud (2006; 2008) e de Will Eisner (2010). O estudo se deu de tal maneira que foram encontrados elementos dentro da obra, com a ajuda destes dois teóricos, que auxiliam o leitor a descobrir componentes importantes para a história. Para isso, é analisada a elaboração do enredo quanto os elementos gráficos e visuais que corroboram para a construção de sentido nas histórias selecionadas. A partir das ideias destes dois autores, torna-se possível que o leitor perceba informações importantes que possam ajudar na construção de um conceito mais aprofundado no final da leitura de cada história. Reconhecemos o potencial desta HQs como uma forma de diálogo com as leis 10.639/2003 e 11.645/2008 para incentivar o debate sobre as relações étnico-raciais na cultura nacional.