ABUND NCIA E DIVERSIDADE DE INSETOS FITÓFAGOS E PARASITÓIDES NO CULTIVO DE MILHO E ABÓBORA EM PLANTIO DIRETO ORG NICO COM DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA DE ADUBAÇÃO VERDE

  • Ana Maria Barreto de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Elaine Rodrigues dos Santos
  • Aline Pomari Fernandes
  • Augusto Cesar Prado Pomari Fernandes
Palavras-chave: Inimigo natural; Insetos-praga; Parasitoides; Diversidade.

Resumo

A produção agrícola tem como propósito garantir um bom desempenho econômico para o produtor, aliado ao respeito da terra utilizada. Com isso, o Sistema de Plantio Direto e o uso de adubação verde contribui na melhora dos danos que se apresentam no campo, decorrentes de fatores ambientais e práticas agrícolas conservacionistas.

Todas as plantas usadas de cobertura verde, podem influenciar na abundância e diversidade dos grupos de parasitóides e insetos pragas nas diferentes densidades de semeadura no cultivo consorciado, pois fornecem aos inimigos naturais alimentos alternativos (“honeydew”, néctar e pólen), microclima ameno, abrigo para proteção e condições de sobrevivência às suas presas e hospedeiros.

O objetivo geral é avaliar se diferentes densidades de semeadura de um consórcio de adubação verde influenciam a população de insetos parasitóides e fitófagos, no plantio de milho consorciado com abóbora. 

Sendo o objetivo específico, identificar os insetos parasitoides e pragas associados ao cultivo de milho e abóbora, e, avaliar a abundância e diversidade de insetos parasitoides e pragas presentes nas coletas do cultivo consorciado de milho e abóbora.

O ensaio foi realizado na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul, compreendendo o período de maio de 2020 a agosto de 2021. Realizou o plantio de adubação verde com as seguintes culturas: aveia, ervilhaca-peluda e nabo forrageiro utilizando blocos casualizados com seis tratamentos, contendo seis densidades de semeadura (0, 40, 80, 100, 120 e 160% da dose recomendada); Posteriormente, foi feito o plantio do consórcio de milho e abóbora. Para a coleta dos insetos utilizou-se a armadilha Moericke, que são recipientes amarelos com 20 cm de diâmetro sustentados por vergalhões (tais recipientes são abastecidos por uma mistura de água, formol e detergente). As armadilhas foram dispostas e instaladas no centro de cada parcela na altura do dossel das plantas, permanecendo no campo por 48 horas.O material vindo do campo foi filtrado através de um tecido tipo Voil e armazenados em álcool 70%. Numa primeira triagem, os insetos fitófagos e parasitóides associados ao cultivo de milho e abóbora foram separados e posteriormente, a nível de família.

Foram identificados um total de 12678 indivíduos, sendo pertencentes a 6 ordens e 14 famílias. Os parasitóides coletados (1291) pertencem a apenas uma ordem Hymenoptera e 4 famílias. Os insetos fitófagos (11387) estão distribuídos em 5 ordens (Coleoptera, Diptera, Hemiptera, Lepidoptera e Thysanoptera) e 10 famílias. Dentre as famílias parasitóides coletadas, destacaram-se em maior abundância as vespas da família Figitidae (521), seguidos pela família Braconidae (516); e Os fitófagos em maior abundância, foram os tripes (Thy.: Thripidae) e os pulgões (Hym.: Aphididae) com 4577 e 3319 indivíduos coletados respectivamente. Foi observado que há uma denso-dependência entre os: parasitóides da família Figitidae, que apresentou maior abundância (114), e fitófagos das família Drosophilidae, com menor abundância (91), no tratamento 2 (40%). 

O maior índice de diversidade de parasitóides  (1,7973) foi encontrado no tratamento 5 (160%), enquanto o tratamento que apresentou menor diversidade foi o tratamento 6 (pousio). Isso ocorreu, devido a população de parasitóides ser favorecida pela maior densidade de semeadura de adubação verde, possibilitando maior diversidade de microhabitats utilizados como refúgio, maior disponibilidade de alimento (néctar e pólen), de presas e hospedeiros alternativos,  resultando na permanência destes na área. O tratamento 4 (120%) foi o menor em diversidade de fitófagos (2,0038). Isso pode ter ocorrido devido a grande quantidade de fitófagos da família Aphididae ocasionou a diminuição da frequência relativa dos outros fitófagos, reduzindo assim o índice.

Publicado
04-10-2021