AS CONDIÇÕES DE PERDA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO PODEM SER MELHORADAS COM A COMBINAÇÃO DO EXERCÍCIO COM ESTERÓIDES ANABÓLICO-ANDROGÊNICOS? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE DE INTERVENÇÕES BASEADAS EM TESTOSTERONA
Resumo
Sarcopenia, caquexia e atrofia devido à inatividade e estados de doença são caracterizadas por uma perda de massa muscular esquelética, muitas vezes acompanhada por níveis reduzidos de hormônios anabólicos (por exemplo, testosterona). Essas condições estão associadas ao aumento da mortalidade, hospitalização e piora na qualidade de vida. Tanto a administração de exercícios físicos (EX) quanto de esteróides anabólicos androgênicos (AAS) podem melhorar o prognóstico dos pacientes, pois aumentam a funcionalidade física. Porém, existe uma lacuna na literatura quanto ao impacto dessas terapias nos ganhos de força e massa muscular e suas implicações para a segurança do paciente. Assim, realizamos uma meta-análise de efeitos aleatórios para elucidar os efeitos das intervenções AAS e / ou EX na massa corporal magra (MMC) e força muscular em condições que envolvem perda muscular. Uma busca sistemática por ensaios clínicos relevantes foi conduzida no MEDLINE, EMBASE, SCOPUS, Web of Science e SPORTDiscus. As comparações incluíram AAS vs. Controle, EX vs. Controle, AAS vs. EX, AAS + EX vs. AAS e AAS + EX vs. EX. Um total de 1114 indivíduos foram analisados. AAS aumentou o LBM (tamanho do efeito [ES]: 0,46; IC 95%: 0,25, 0,68, P = 0,00) e força muscular (ES: 0,31; IC 95%: 0,08, 0,53, P = 0,01) quando comparado a um grupo de controle. EX promoveu um aumento na força muscular (ES: 0,89; IC 95%: 0,53, 1,25, P = 0,00), sem efeito sobre a massa magra quando comparado ao grupo de controle (ES: 0,15; IC 95%: -0,07, 0,38, P = 0,17). O AAS não demonstrou diferenças estatisticamente significantes quando comparado ao EX para MMC e força muscular. A combinação de EX + AAS promoveu maior aumento da massa magra e da força muscular quando comparada a AAS ou EX isoladamente. Qualitativamente, a administração de AAS teve relativamente poucos efeitos colaterais. Heterogeneidade significativa foi encontrada em algumas análises, o que pode ser explicado pelo uso de diferentes tipos de AAS e protocolos EX. Nossos resultados sugerem que a administração de AAS em condições caquéticas e sarcopênicas pode ser uma estratégia de intervenção viável para melhorar a função muscular quando o exercício não é uma abordagem possível. Além disso, a combinação de AAS com exercícios pode aumentar os resultados positivos nessa população.
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