TOXICIDADE DE NANOPARTÍCULAS DE ÓXIDO DE COBALTO PARA A MICROALGA Desmodesmus subspicatus

Resumo

Nas últimas décadas o interesse relacionado ao desenvolvimento da nanotecnologia aumentou, em grande parte pelas vantagens que as nanopartículas(NPs) apresentam devido às suas propriedades exclusivas de tamanho reduzido e grande área superficial. Dentre as nanopartículas se destacam as de Óxido de Cobalto(CoO) que são utilizadas principalmente em biosensores na medicina, contrastes para ressonância magnética, revestimentos, plásticos, fios e fibras. As inúmeras aplicações cotidianas de NPs de CoO, acabam por possibilitar a liberação destes materiais no meio ambiente de forma inadequada. Para avaliação dos possíveis efeitos destes materiais no meio ambiente, faz- se uso de testes toxicológicos onde expõe-se um organismo teste a diversas concentrações da substância de interesse. Logo o presente estudo avaliou a toxicidade crônica de nanopartículas de Óxido de Cobalto, utilizando a microalga de água doce Desmodesmus subspicatus como organismo teste. As nanopartículas foram sintetizadas em suspensões e posteriormente caracterizadas, para confirmar suas características, os métodos utilizados na caracterização foram a Microscopia Eletrônica de Transmissão e obteve-se o diâmetro de 3 nm, com desvio padrão de 0,70 e IC95% de 0,14, a Medida de Espalhamento da Luz Dinâmico informou um diâmetro hidrodinâmico de 30 nm e o potencial zeta confirmou a instabilidade da nanopartícula, a partir do diâmetro obtido calculou-se a área superficial de 224,7 m²/g. Observou-se que as nanopartículas formam aglomerados, este estado da NP pode ser associado a grande área superficial e as suas propriedades físicas. Os testes de toxicidade crônica foram desenvolvidos com a suspensão de CoONP e obteve-se uma CE50, 72h de 0,7964 mg.L^-1. Com os testes realizados obtiveram-se dados que auxiliaram na compreensão dos efeitos das nanopartículas de Óxido de Cobalto no organismo de ambiente aquático natural, a microalga Desmodesmus subspicatus, evidenciando a toxicidade e destacando a importância de estudos que investiguem os efeitos adversos de substâncias químicas nos ambientes naturais.