CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM PRÉ-GERMINAÇÃO COM ISALODOS FÚNGICOS

  • Edson Devenz Junior Uffs Erechim
  • Alessandro Ulrich
  • Fabio Bonafin
  • Leon Oliveira Teles
  • Altemir José Mossi
Palavras-chave: Produção orgânica, Bioprodutos, Controle biológico, Agroecologia

Resumo

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM PRÉ-GERMINAÇÃO COM ISALODOS FÚNGICOS

 

EDSON DEVENZ JUNIOR[1]*, ALESSANDRO ULRICH[2], FABIO BONAFIN[3], LEON OLIVEIRA TELES[4], ALTEMIR JOSÉ MOSSI[5]

 

  • Introdução/Justificativa

A utilização de defensivos agrícolas sintéticos no controle de ervas daninhas tem causado grandes impactos ao meio ambiente ao longo do tempo, tais como, contaminação residual em alimentos, aos aplicadores, e a ocorrência de resistência em plantas daninhas. As plantas daninhas são consideradas atualmente um grande problema na produção agrícola, principalmente pelo grande déficit de desenvolvimento nas plantas de interesse agrícola, e quando em grande população ocasionam grande impacto econômico (Nachtigal, 2009).

A aplicação de bioherbicidas, vem surgindo como um método emergente para o controle das plantas daninhas, e para que exista uma agricultura mais sustentável. Os extratos vegetais, aleloquímicos e alguns fungos vêm sendo utilizados como bioherbicidas para controle de populações de plantas daninhas (Radhakrishnan et al., 2018). No ponto de vista da sustentabilidade, são alternativas com maior interesse a ser explorado.

  • Objetivos

Avaliar o potencial bioherbicida, em pré-emergência, de isolados fúngicos em plantas daninhas e o efeito fitotóxico em culturas de interesse agrícola.

  • Material e Métodos/Metodologia

No Laboratório de Agroecologia da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim/RS, foram desenvolvidas as atividades de repicagem dos fungos Fusarium equiseti, Nigrospora sphaerica, Neofusicoccum parvum e Diaphorte sp, obtidos no banco de fungos do laboratório. Quando aptos para a produção do bioherbicida, os fungos foram inoculados ao meio de cultura, contendo 10 g.L-1 de glicose (C6H12O6); 7,5 g.L-1 de extrato de levedura; 10 g.L-1 de peptona; 2 g.L-1 de sulfato de amônio (NH4)2SO4; 0,5 g.L-1 de sulfato de magnésio (MgSO4.7H2O); 1 g.L-1 de sulfato ferroso (FeSO4.7H2O) e 1 g.L-1 de sulfato de manganês (MnSO4.H2O), estes foram mantidos em levados ao agitador orbital na temperatura de 28°C, por 72 horas, a 120 rpm. Para a produção do bioherbicida.

Os extratos produzidos foram testados em sementes de 7 espécies de plantas com alto interesse agrícola, sendo o Picking cucumber ‘SMR-58’ (pepino) utilizado como planta bioindicadora; as culturas de Glycine max ‘Ativa’ (soja) e Zea mays (milho); e as plantas daninhas de Euphorbia hererophylla (leiteiro) e Lolium multiflorum (azevém). Para os testes de germinação foi seguindo as regras para análises de sementes (RAS, 2009), utilizando 250 sementes de cada espécie por tratamento, distribuídas em caixas gerbox sobre papel germitest esterilizado a 100 °C. Após serem pipetados 8 mL de extrato, e meio de cultura nos testemunhos, as gerbox foram mantidas em câmara de vegetação (BOD), com fotoperíodo 12-12hr e temperatura de 26 °C,  pelo tempo determinado para cada espécie. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com 4 tratamentos e 4 repetições (4x4). Ao final do experimento serão medidos com parquímetro digital o comprimento de raiz e caule, bem como mensurado o número de sementes germinadas diariamente.

  • Resultados e Discussão

Os extratos produzidos a partir dos fungos Fusarium equiseti, Nigrospora sphaerica, Neofusicoccum parvum e Diaphorte sp,, foram avaliados quanto a produção enzimática. para Peroxidase, Amilase, celulase e Lipase. A caracterização enzimática ds extratos avaliados apresentaram os respectivos resultados: 278; 339,33; 299; e 419,33 µ/ mL para Peroxidases totais; 2,73; 1,51; 1,73; e 2,10 µ/ mL para enzimas de Amilases; 2,25; 0,97; 1,05; e 1,22 µ/ mL para celulases; e 0,40; -1,55; 0,85; e -0,35 µ/ mL para Lipases.  

No período correspondente ao 6 mês do cronograma do projeto, foram iniciados os testes os testes de germinação com P. cucumber, que foram interrompidos pela pandemia causada pelo novo Corona vírus (Covid-19).

A busca por novas tecnologias na agricultura cresce constantemente, devido à grande demanda de produtos eficientes no controle de plantas daninhas, desta forma os bioherbicidas tem grande potencial neste manejo, e grande visibilidade socioeconômica. A sua caracterização já se demonstra de grande interesse quando se quer descobrir em qual mecanismo de ação este produto irá agir, sendo que espera se que estes dados possam ser de importância agregada a trabalhos futuros, principalmente quando aplicados em plantas daninhas e cultivadas.

  • . Conclusão

Observou-se que os extratos dos fungos testados, Fusarium equiseti, Nigrospora sphaerica, Neofusicoccum parvum e Diaphorte sp, apresentaram atividade enzimática para Peroxidase, Amilase, celulase e Lipase.

Quando retornarem as atividades será necessário repetir e concluir os testes de germinação propostos no projeto.

 

Palavras-chave: Produção orgânica, Bioprodutos, Controle biológico, Agroecologia

 

Agradecimentos

Os autores agradecem a Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim/RS, por conceder a bolsa, e por sediar o espaço para o desenvolvimento do projeto, também agradecem ao, FINEP, CNPq, CAPES e FAPERGS.

 

Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. – Brasília: Mapa/ACS, 2009. 399 p.

FARIA, Neice Müller Xavier; FASSA, Anaclaudia Gastal; FACCHINI, Luiz Augusto. Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000100008&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 19 ago. 2020.

NACHTIGAL, G.F. Controle biológico de plantas invasoras exóticas do Brasil por meio de fitopatógenos: princípios e estratégias de aplicação em ecossitemas agrícolas e naturais. Embrapa, 2009.

 

 

[1] Graduando em Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, contato: junioragrodevenz@gmail.com

[2]     Pós-graduando em Ciência e Tecnologia Ambiental, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, contato: alessandro.estac@hotmail.com

[3] Graduando em Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, contato: bonafinfabio19@gmail.com

[4] Graduando em Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, contato: leonoliveirateles@gmail.com

[5]  Professor orientador doutor em Ecologia, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, contato: altemir.mossi@uffs.edu.br

Publicado
08-10-2020