AS IMPOSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO NA ÁREA CENTRAL DE CHAPECÓ FACE À INSEGURANÇA URBANA

  • Gabriel Pereira Lopes UFFS
Palavras-chave: Insegurança urbana, Ocupação do espaço público, Fragmentação socioespacial, Chapecó

Resumo

A insegurança urbana pode ser considerada um fator que influencia diretamente na redefinição das relações e práticas espaciais citadinas (principalmente entre centro e periferia), na lógica de produção do espaço urbano, na segregação e estigmatização de certos grupos sociais e locais da cidade. Segundo Spósito (2013) isso acaba gerando uma “urbanização difusa” e o aumento de espaços tidos como enclaves socioespaciais, que aprofundam as desigualdades e contribuem para o processo de fragmentação socioespacial que as cidades médias tendem a seguir cada vez mais, numa sociedade pautada no consumo e na diferenciação com o próximo.
O sentimento de insegurança gerado pela questão da violência e do crime - que vem sendo cada vez mais presente nas cidades médias - combinados com o medo que é criado através da mídia, certas narrativas de grupos sociais que se “autossegregam” atrás de seus enclaves fortificados, a estigmatização de grupos sociais menos favorecidos e o desrespeito aos direitos dos cidadãos, contribuem para a  segregação e fragmentação espacial da cidade, principalmente de seus espaços públicos, que vão se tornando cada vez mais inacessíveis e inexistentes, caminhando para uma sociedade que aumenta suas desigualdades e estabelece limites do uso e do direito à cidade (CALDEIRA, 2000). A cidade Chapecó reproduz esta prática através de uma certa repressão à ocupação dos espaços públicos em sua área mais central, refletindo diretamente na paisagem urbana, através de uma arquitetura hostil e a redução dos espaços de permanência e sociabilidade. Essa repressão acontece principalmente, a um certo grupo social, que normalmente não se enquadra as características gerais da população mais tradicional da cidade. O centro enquanto palco de relações sociais, não cumpre devidamente o seu papel, sendo possível captar uma visível segregação social de quem pode, ou como deve ser usufruído este espaço. 

Publicado
23-09-2019