YOGA COMO FERRAMENTA AUXILIAR NO COMBATE À OBESIDADE

  • Larissa Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Michele Vanin
  • Alana Cristina de Abreu Gallina
  • Amanda Tapia de Moraes
  • Dalila Moter Benvegnú
Palavras-chave: Terapia alternativa, Yoga, Sobrepeso, Obesidade.

Resumo

1 Introdução/Justificativa

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo (ABESO, 2018). Padrões alimentares não saudáveis e estilos de vida sedentários levam a consequências, como o excesso de peso. Desse modo, fazem-se necessárias intervenções nutricionais, educação alimentar e incentivo à prática de atividade física.

Um exercício alternativo aos mais convencionais é o yoga, uma prática antiga para a qual existem diversas definições, demonstrando a complexidade dessa disciplina. Esta prática pode ou não ser considerada uma atividade física, visto que sua abrangência vai além do físico, pois exercita o corpo e a mente, visando o equilíbrio entre a saúde física, mental e espiritual (COLLINS, 1998; TELLES; SINGH, 2013).

Em virtude do exposto, alguns benefícios oriundos da prática de yoga têm sido relatados quanto ao perfil clínico de indivíduos com patologias, como contribuição na perda de peso e melhoria no perfil lipídico, além de promoção da interação com sistema nervoso, contribuindo para melhora do estresse e da ansiedade (YDAV et al., 2015). Portanto, destaca-se a importância desse estudo visto que o excesso de peso está cada vez mais no Brasil, sendo que na região Sul a porcentagem já ultrapassa mais da metade da população (56%). Por esse motivo, o estudo buscou avaliar os benefícios de uma ferramenta alternativa no manejo do sobrepeso e obesidade, funcionando como uma terapia auxiliar prática e prazerosa.

 

2 Objetivos

Verificar o efeito de um protocolo de prática de yoga no manejo do sobrepeso e obesidade.

 

3 Material e Métodos/Metodologia

A amostra contou com participantes do município de Realeza-PR e a pesquisa foi realizada no município de Realeza, nas dependências da Universidade Federal da Fronteira Sul e na Academia Malhação Fitness. A seleção dos indivíduos participantes se deu através de divulgação em redes sociais e meios de telecomunicação.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa através do número 97031218.0.0000.5564. Primeiramente, no dia 0 os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e  receberam o questionário inicial da pesquisa. Em seguida foi realizada a coleta sanguínea para determinação de marcadores bioquímicos e a avaliação antropométrica, através de bioimpedância. 

Os participantes então foram orientados para o início do protocolo de yoga, que compreendeu os dias subsequentes 4, 7, 11, 14, 18, 21, 25, 28, 32, 35, 38 e 42, totalizando 6 semanas. O protocolo foi realizado no período noturno com uma aula de 1 hora de duração, dividida em quatro etapas, sendo: 1) Filosofia do yoga (5 minutos) somente na primeira aula; 2) Exercícios respiratórios (15 minutos); 3) Posturas psicofísicas (35 minutos); 4) Prática de meditação/ relaxamento (10 minutos).

Ao fim do protocolo houve um novo encontro com os participantes no dia 43, em que ocorreu nova coleta sanguínea, avaliação pela bioimpedância e também recolhimento do questionário final.

 

4 Resultados e Discussão

            O estudo incluiu 25 mulheres com sobrepeso e obesidade, com idade média de 39,08 ± 12,85 anos. A média do IMC das participantes foi de 31,54 ± 4,64 kg/m².

 A comparação dos resultados da avaliação pela bioimpedância, antes e após a intervenção estão descritos a seguir, sob a forma de média e desvio padrão (n=25) para cada parâmetro: Peso (81,22±11,34 Kg à 80,94±11,28 Kg); Gordura Corporal (42,12±4,76% à 42,34±4,65%); Água Corporal (43,01±3,26% à 42,84±3,20%). Nenhum dos parâmetros avaliados demonstrou diferença significativa segundo Test t pareado.

 Em seguida, estão descritos os resultados dos exames bioquímicos, antes e após a intervenção, sob a forma de média e desvio padrão (n=24), onde: Colesterol Total (173,81±42,91 à 163,86±29,71); Colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) (112,07±41,30 à 91,23±28,55); Colesterol VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade) (19,60±9,90 à 20,69±8,44); Colesterol HDL (lipoproteínas de alta densidade) (42,19±9,28 à 43,48±11,91); Triglicerídeos (100,88±49,10 à 103,47±42,24). Os valores para Triglicerídeos, Colesterol Total, HLD e VLDL não demonstraram diferença significativa, de acordo com o Test t pareado. Já os níveis de Colesterol LDL mostraram-se significativamente reduzidos após a intervenção (p=0,016).

Esse estudo avaliou os benefícios da prática de yoga para pessoas com sobrepeso e obesidade. Os resultados demostraram que houve uma melhora significativa em apenas um parâmetro dos exames bioquímicos, porém para os demais resultados não foram observados maiores benefícios. Foi possível observar também que alguns dos parâmetros apresentaram uma tendência à diminuição. Sendo assim, estes dados sugerem que para a obtenção de resultados mais expressivos, a duração do protocolo de intervenção deveria ser superior a 6 semanas.

 Outro ponto é que apesar de todas as participantes terem concluído o protocolo, alguns inconvenientes ocorreram, como por exemplo, o indivíduo faltar a aula e repor em outro dia. Desta forma, todas participaram de 12 protocolos de aula, contudo, a falta de periodicidade pode ter contribuído na alteração dos resultados da pesquisa.

Sendo assim, os resultados desse estudo não foram tão profícuos, conforme demonstrado em outros estudos envolvendo protocolos de yoga para pessoas com sobrepeso e obesidade. Diante do exposto, o presente estudo terá continuidade, a fim de aumentar a amostra de mulheres incluídas, possibilitando resultados mais fidedignos. Além disso, será realizado um novo estudo, aplicando o mesmo protocolo de yoga, por um período maior de tempo, no intuito de gerar maiores benefícios, além das contribuições já oriundas a partir da prática do yoga, que envolve promoção do bem-estar, diminuição do estresse e melhora na qualidade do sono.

 

5 Conclusão

Este estudo teve diversas limitações. A primeira em relação ao número amostral previsto, que era de 50 participantes, porém só foi possível a participação de 25 mulheres. Também, em relação ao tempo de intervenção e o comprometimento das participantes, o que pode ter contribuído para benefícios pouco significativos.  

Publicado
24-09-2019