DA BIOPOLÍTICA À NECROPOLÍTICA: UMA LEITURA CONCEITUAL DO DESERTO ARGENTINO NO SÉCULO XIX
Resumo
O presente trabalho procura abordar o conceito foucaltiano de biopolítica de encontro à necropolítica de Achille Mbembe diante da construção do estado nacional argentino no século XIX. Em específico compreenderemos o pampa argentino como um espaço onde o estado colonial atuou elaborando discursos que possibilitaram a criação de um inimigos ficcionais. Neste caso a categoria de “deserto” foi amplamente utilizada por elites letradas da época para justificar a tomada de espaço do pampa, consolidando um imaginário de que o pampa argentino não estava preenchido por pessoas e que precisava ser ocupado. Esta elite letrada firmou discursivamente um vazio que possibilitou o etnocídio das populações indígenas argentinas desde a patagônia até o pampa. Os chamados “territorios indios del sur” deram lugar ao sonho colonizador de Alberdi e outros políticos que atuam na modernização do estado argentino para o desenvolvimento da nação, situação que requeria bons imigrantes europeus para ocupar as terras indígenas entendidas como desertas. A impossibilidade do espaço ser desértico é que existiam populações no local, como se constata principalmente em obras de arte pintadas na época para retratar o contexto do pampa.
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