FERMENTAÇÃO DE RESÍDUOS DE MILHO POR Meyerozyma caribbica

  • Viviani Tadioto UFFS
  • Letícia Mara Milani
  • Évelyn Taize Barrilli
  • Aline Perin Dresch
  • Sérgio L. Alves Jr
Palavras-chave: Etanol 2G; Levedura; Xilose; Glicose

Resumo

A produção de etanol 2G tem merecido destaque recentemente por proporcionar maior segurança hídrica e alimentar em comparação com a primeira geração do combustível. Isso se deve à possibilidade de utilizar resíduos agrícolas, dispensando áreas para plantio de culturas energéticas com essa finalidade e evitando a concorrência com a produção de alimentos. Nesse contexto, surge como alternativa a utilização de caule e palha de milho como matéria-prima. A partir do pré-tratamento desses resíduos e da hidrólise dos seus polissacarídeos, é possível obter açúcares para fermentação alcoólica. No entanto, as leveduras empregadas nas usinas sucroalcooleiras brasileiras, representantes da espécie Saccharomyces cerevisiae, são incapazes de fermentar xilose, o segundo açúcar mais abundante nos hidrolisados lignocelulósicos. Diante disso, este trabalho se propôs a avaliar o desempenho fermentativo de três linhagens selvagens de Meyerozyma caribbica em hidrolisados enzimáticos de caule e palha de milho, durante 30 h de incubação. Para isso, as suas células foram inoculadas nesses hidrolisados, contendo ~15 g L-1 de glicose e ~10 g L-1 de xilose ou suplementados de modo a atingirem 25 g L-1 de cada açúcar. Os resultados obtidos demonstram que duas das três cepas testadas, embora tenham consumido no máximo 55% da xilose disponível, foram capazes de fermentar essa pentose entre duas a seis horas após a exaustão da glicose presente, aumentando em até 15% a produção de etanol. Portanto, as linhagens de M. caribbica analisadas mostraram-se vantajosas em relação à S. cerevisiae para a produção de etanol 2G, haja vista sua capacidade de fermentação de xilose.

Publicado
27-08-2019