Entre a tecnologia e natureza: o caso da UHE Foz do Chapecó

  • Melody Forcelini Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
  • Samira Peruchi Moretto Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Palavras-chave: História Ambiental, Energia, UHE Foz do Chapecó

Resumo

A construção de grandes obras de infraestrutura, como usinas hidrelétricas, é uma marca histórica do desenvolvimento no Brasil. Esse processo resulta, em parte, dos avanços tecnológicos e do aumento da demanda por eletricidade. Usinas hidrelétricas surgem como investimentos atraentes, pois fornecem energia renovável e impulsionam o crescimento socioeconômico do país. Contudo, apesar das vantagens de geração de energia em grande escala, a construção dessas barragens traz sérios impactos ambientais e sociais nas áreas afetadas. A Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, localizada na fronteira sul do Brasil, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é um exemplo expressivo desse tipo de empreendimento. A obra, realizada entre 2006 e 2010, alterou o curso natural do rio Uruguai, causando inundações que comprometeram áreas de biodiversidade e comunidades rurais dependentes do rio Uruguai para sustento.  Desde o início do século XX, o rio Uruguai exerce uma função vital na economia da região, sendo uma rota importante para o transporte de matérias-primas, o que impulsionou o desenvolvimento regional e a ocupação de áreas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O historiador Donald Worster (1991) afirma que a natureza, em qualquer lugar, oferece aos humanos um conjunto de recursos variados, mas limitados, para sua sobrevivência. Com o tempo, tecnologias emergem para viabilizar o aproveitamento desses recursos. Aplicando essa perspectiva à UHE Foz do Chapecó, vemos como a barragem simboliza uma visão desenvolvimentista, onde tecnologia e recursos naturais são utilizados em prol de um benefício coletivo.

Biografia do Autor

Melody Forcelini, Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e bolsista UFFS

Samira Peruchi Moretto, Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Professora do Departamento de História da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Publicado
16-12-2024