Flutuação populacional de moscas das frutas, Anastrepha spp (Diptera; Tephritidae), em pomar de plantas cítricas.

  • Ildelbrando Nora Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina-EEI.
  • Luana Aparecido Castilho Maro Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina-EEI

Resumo

O manejo racional da mosca-das-frutas é uma preocupação permanente dos citricultores. Por causar danos severos nos frutos e comprometer a produção é considerada a praga chave da citricultura. Estudou-se a flutuação populacional da mosca-sul-americana visando levantar informações para embasar o manejo deste inseto. O trabalho foi conduzido em um pomar de 15 anos, da coleção de espécies cítricas da Estação Experimental de Itajaí com plantas dispostas num espaçamento de 6,0 X 2,5m. A área total do pomar compreende 20.000m² localizado em terreno plano e com bordas protegidas por barreira vegetal de cerca de 3,0m de altura. Aplicaram-se os tratos culturais preconizados suprimindo-se apenas os inseticidas. Para a captura dos tefritídeos foram instalados frascos tipo McPhail abastecidos com 400 ml de solução. Como atrativo alimentar utilizou-se proteína hidrolisada BioAnastrepha diluída a 5%. Oito armadilhas foram dispostas no terço médio/superior das plantas e expostas para o quadrante Leste. A frequência das coletas de moscas e substituição dos atrativos foi semanal. A cada coleta as moscas foram contadas e acondicionas em frascos com solução alcoólica a 70%. A flutuação populacional do inseto foi estabelecida com base no índice M/A/D (Mosca/Armadilha/Dia), de acordo com a fórmula MAD= N÷A÷D, onde: N= nº moscas-das-frutas capturadas; A= nº de armadilhas instaladas e D= nº de dias de exposição das armadilhas em campo. Foram utilizados os números totais de machos e fêmeas de moscas-das-frutas coletadas nas armadilhas ao longo dos anos de 2015 a 2017. A flutuação populacional no pomar avaliado apresentou um aumento considerável a partir da primeira quinzena de abril de 2016, onde foi encontrado 5,02 M/A/D, com pico populacional ocorrendo na segunda quinzena de maio com (7,13 M/A/D). A partir do final de setembro e no mês de outubro ocorreu uma redução considerável no número de moscas coletadas, com 0,05 a 0,14 M/A/D. Neste ano (2017) observou-se que o aumento da população do inseto ocorreu a partir do final do mês de março e manteve-se em ascendência nos meses de abril e maio.

Palavras-chave: Citrus spp., Tephritidae, dinâmica populacional.

Biografia do Autor

Ildelbrando Nora, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina-EEI.
Eng. Agrônomo, MSc/Entomologista. Linha de pesquisa: manejo de artrópodes em frutíferas e palmáceas de clima tropical.
Publicado
14-06-2017