A incidência de cancro cítrico é influenciada pela posição do ramo na copa da planta

Resumo

O conhecimento da dinâmica temporal e espacial das lesões de cancro cítrico (Xanthomonas citri subsp. citri) dentro da copa das plantas pode orientar o manejo visando reduzir os danos causados pela doença. O objetivo deste trabalho foi avaliar a intensidade e o progresso temporal do cancro cítrico nas folhas de laranjeiras em função da posição do ramo na copa. Os dados foram obtidos por amostragem em pomar de laranjeira 'Valência' com 10 anos em Chapecó/SC. Foram realizadas avaliações quinzenais no primeiro fluxo de brotação da estação (31/07/2003 a 20/11/2003). Em cada avaliação foram aleatoriamente selecionadas 20 plantas, das quais se avaliou dois ramos nos quadrantes Norte, Sul, Leste e Oeste. Contaram-se o número total de folhas e o número de folhas com sintomas de cancro cítrico, cuja relação é a incidência da doença. A severidade foi determinada atribuindo-se notas com auxílio de escala diagramática. Aos dados de incidência por quadrante ajustou-se o modelo logístico y=a/(1+exp{(b-x)/c}) em que y é a incidência, 'a' assíntota máxima, 'b' o valor de x no ponto de inflexão, 'c' é um parâmetro de escala e 'x' o número de dias após o início das avaliações. Estimou-se também a taxa aparente de infecção. Para severidade, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da severidade (AACPS) para cada quadrante. A análise dos dados foi realizada com o ambiente R. O valor máximo observado de incidência ('a') ocorreu nos quadrantes Norte e Oeste (14,9% a 20,9%), diferindo de Leste e Sul (9,6% a 13,1%). Para o ponto de inflexão ('b') e taxa aparente de infecção não há diferença significativa entre os quadrantes, com tempo para alcançar a máxima severidade entre 34,7 e 51,9 dias. Não se observou efeito significativo do quadrante para AACPS, provavelmente devido à grande variabilidade observada entre as avaliações. Ramos voltados para Norte e Oeste têm maior incidência de cancro cítrico.