Poda de frutificação no desempenho da goiabeira serrana ‘Alcântara’

Resumo

Os trabalhos de pesquisa sobre a poda e condução da goiabeira serrana são escassos no Brasil. Nesse sentido, foi desenvolvido um experimento com o objetivo verificar o efeito da poda na frutificação da cultivar de goiabeira serrana Alcântara. O experimento foi conduzido na estação experimental de São Joaquim/Epagri, entre os anos de 2014 e 2015, em um pomar da cultivar Alcântara de 12 anos de idade (2 x 5m). Os tratamentos foram a testemunha e poda. A poda consistiu na retirada de aproximadamente 40% dos ramos, deixando apenas aqueles com maior potencial produtivo, ou seja, ramos de ano com gemas laterais potencialmente produtivas; e foram eliminadas hastes mais velhas, para promover a sua renovação. Além disso foram retirados de dois a três ramos maiores (diâmetro de 2,5 - 5 cm) da porção central da planta, visando melhor penetração de luz no interior da copa. Essa poda foi realizada no inverno dos anos de 2014 e de 2015, porém, os dados foram coletados apenas em 2015. Foram avaliados o número de frutos por planta, produção por planta (kg), massa média de fruto e produtividade.  No primeiro ano a produção foi levemente reduzida, pois havia um grande número de ramos velhos que foram removidos para promover a emissão de novas brotações. No entanto, o tamanho dos frutos remanescentes foi maior do que a testemunha (observação visual). Já no segundo ano após a poda, o número de frutos, a produção por planta e a produtividade foi aproximadamente 50 % maior nas plantas podadas. Além disso, os frutos das plantas podadas foram significativamente maiores do que na testemunha. Esse resultado provavelmente tenha sido resultante da renovação dos ramos produtivos nas plantas podadas, aumentando a produtividade e qualidade dos frutos. Ainda há necessidade de estudos futuros sobre esse assunto, mas os resultados preliminares mostram que o conceito de que a poda de frutificação na goiabeira serrana não é necessária está equivocado.