Adaptação da escala BBCH para codificação dos estágios fenológicos da pitangueira

Resumo

A pitangueira é fruteira nativa cujos frutos apresentam potencial para mercado in natura ou industrial. Porém, é pouco explorada comercialmente, o que pode ser pela falta de estudos básicos, como os referentes a caracterização dos aspectos fenológicos, que possibilitaria oferecer linguagem universal para uso pelo melhoramento genético ou para caracterizar a época de realização de determinada prática de manejo. O objetivo deste trabalho foi criar por meio da adaptação da escala BBCH (Biologische Bundesantalt, Bundessortenamtund Chemische Industrie) a codificação dos estágios fenológicos da pitangueira. Na UTFPR – Câmpus Dois Vizinhos, procedeu-se estudo dos eventos biológicos referentes a brotação, floração e desenvolvimento dos frutos, ou seja, da fenologia desta fruteira. A escala BBCH utilizada foi baseada naquelas descritas para fruteiras de clima temperado, porém adaptando-a, pois, a pitangueira não apresenta dormência. As medições e observações foram realizadas em períodos de crescimento, cuja frequência foi dependente de cada estádio. Os estádios de desenvolvimento e as características morfológicas de cada órgão foram registrados com câmera fotográfica. Elencou-se nove estádios, sendo 0 para brotação e desenvolvimento da gema; 1 referente ao desenvolvimento das folhas (broto ou haste principal); 2 na formação de brotos laterais/ perfilhamento; 3 quanto ao alongamento do caule ou crescimento em roseta, desenvolvimento de brotos (rebentos) / alongamento do caule (haste principal); 4 refere-se ao desenvolvimento de órgãos vegetativos; 5 relacionado a emergência da inflorescência; 6 a floração; 7 para o desenvolvimento do fruto; 8 quanto a coloração ou maturação de frutos e sementes e por ultimo 9 que diz respeito a senescência. Os estádios fenológicos vegetativos e reprodutivos de E. uniflora foram descritos pela primeira vez de acordo com a escala BBCH, que se mostrou ferramenta útil.