Nove anos de avaliação de Ponkan nanicada com Flying Dragon em espaçamento reduzido

  • Eduardo Cesar Brugnara EPAGRI
  • Rafael Roveri Sabião

Resumo

A colheita manual de um pomar de frutas cítricas é cara, especialmente quando as árvores são mais altas do que um ser humano pode alcançar do solo. Árvores anãs como aquelas enxertadas em Poncirus trifoliata L. (Raf.) var. monstrosa cv. Flying Dragon (FD) facilitam a colheita e outras operações. Além disso, apresentam maior eficiência produtiva por volume de copa e facilitam o manejo fitossanitário, inclusive do HLB. Em pomares de espaçamento convencional, cada árvore dispõe de aproximadamente 15-20 m² de terreno. Usar uma densidade de plantio mais alta compensa o menor rendimento das árvores anãs. Neste manuscrito, apresentamos resultados preliminares sobre o efeito da redução do espaçamento no crescimento e produção da tangerineira ‘Ponkan’ (Citrus reticulata Blanco) enxertada em FD. Foram testadas distâncias de 1,0, 1,25, 1,5, 1,75, 2,0 e 2,5 m entre plantas na linha, com a distância entre linhas mantida constante em 5 m. O experimento foi desenhado em quatro blocos com quatro plantas por parcela, em Chapecó, SC, Brasil, altitude de 450 m. As avaliações foram realizadas até o 9º ano (sete safras). Foram medidos nas copas a altura (H) e os diâmetros transversal (DT) e longitudinal (DL) à linha de plantio e posteriormente calculado o volume da copa (V) (V= ((LD+TD)/2)^2*H*0,5891). Quando as copas se sobrepuseram na linha, o espaçamento foi atribuído ao LD para o cálculo do volume. Os frutos foram colhidos e pesados. A altura final das árvores foi afetada pelo espaçamento (ANOVA, p=0,015). Um modelo linear foi ajustado aos dados (y=3,38-0,28x), indicando que espaçamentos mais estreitos aumentaram levemente a altura das plantas. O DT respondeu linearmente (y=2,81-0,27x) (Anova, p=0,012). Entretanto, o volume das árvores não foi afetado significativamente (ANOVA, p=0,32). Na média das últimas três safras verificou-se que a produção por planta respondeu negativamente à redução de espaçamento (y=7,67+9,16x) (Anova, p<0,001), ao contrário da produtividade por hectare (y=38.92-6,28x). No acumulado de todas as safras, a produtividade por árvore foi a mesma em todos os tratamentos (Anova, p=0,088), enquanto que por hectare foi 104.95 t maior a cada metro de redução do espaço na linha (y=388,41-104.95x). Com base em nove anos de avaliação, a conclusão é que as árvores ‘Ponkan’/‘Flying Dragon’ adaptam-se a espaços tão estreitos como 5x1 m. Densidades de plantio mais altas resultam em pomares mais produtivos.

Publicado
11-05-2024