Ocorrência da podridão floral dos citros em diferentes cultivares de Citrus spp.

  • Maria Cristina Canale EPAGRI
  • Eduardo Cesar Brugnara
  • Rafael Roveri Sabião

Resumo

A podridão floral dos citros (PFC), causada pelo fungo Colletotrichum acutatum J.H. Simmonds, está presente ubiquamente em pomares catarinenses. Os sintomas iniciais são lesões alaranjadas nas pétalas, que podem ocorrer quando as flores ainda estiverem fechadas, ou como lesões marrons de aspecto escurecido no pistilo. Pode provocar a queda precoce de pétalas e abscisão de frutos, deixando o cálice retido, sintoma conhecido como “estrelinha”. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de sintomas de PFC nas pétalas e posterior retenção de cálices em diferentes cultivares de Citrus spp. na área experimental da Epagri, em Chapecó (SC). Em junho de 2020, selecionaram-se ramos do ano em duas laranjeiras ‘Shamouti’ (n = 12), três tangoreiros ‘Murcott’ (n = 12), uma laranjeira ‘Serra D’água’ (n = 10), duas tangerineiras ‘Ponkan’ (n = 12) e duas limeiras ‘Tahiti’ (n = 7), distribuídos nos quatro quadrantes na altura média da copa. A partir de 22/07, semanalmente, registrou-se o número de botões florais ou frutinhos, de botões com sintomas e de “estrelinhas”. Observou-se a doença em pétalas de ‘Tahiti’ já em 22/07 e em 14/08 no cultivar Serra D’água. No início de setembro verificou-se uma crescente quantidade de “estrelinhas” em ‘Tahiti’, ‘Shamouti’ e ‘Serra D’água’, que pode ser explicada pela condição climática favorável à infecção pelo fungo ocorrida por duas semanas, quando se constatou muitas horas de molhamento foliar em decorrência de chuva, enquanto ‘Shamouti’ e ‘Serra D’água’ estavam em início de fase de frutificação, mas ainda com tecido suscetível (pétalas em botões atrasados). Ao contrário da grande suscetibilidade observada na limeira ‘Tahiti’, não se verificou PFC em ‘Murcott’ e ‘Ponkan’. As observações dessa safra apontam à necessidade de maior ênfase no manejo preventivo da PFC nos cultivares Tahiti, Shamouti e Serra D’água na primeira quinzena de agosto, nas condições de Chapecó, especialmente se nesta época ocorrer períodos de molhamento foliar.

Publicado
27-06-2022