Mudanças morfofisiológicas de mudas de guabirobeira e de araucária sob níveis de intensidade luminosa

  • Rooslany Queiroz Barreira UTFPR
  • Bruna Valéria Gil UTFPR
  • Moeses Andrigo Danner UTFPR

Resumo

Plantas tolerantes à sombra podem apresentar alterações fisiológicas, morfológicas e anatômicas que conduzem à plasticidade, ou seja, ajustes fenotípicos pelo mesmo genótipo em diferentes condições de ambiente de luz. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo comparar as alterações morfofisiológicas de uma espécie considerada tolerante à sombra (guabirobeira - Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O. Berg) e uma espécie considerada heliófita (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze), que tem fraco crescimento no ambiente sombreado no interior das matas. As mudas foram submetidas por vinte e um meses em 0% (pleno sol) e 30%, 50% e 80% de sombra (Sombrite®). Foram avaliados os seguintes caracteres: crescimento, pigmentos fotossintéticos, taxa de trocas gasosas, fluorescência da clorofila e anatomia foliar. As mudas de araucária sombreadas foram incluídas 24 h em pleno sol e novamente submetidas a medição de trocas gasosas. Os resultados demostram que a produção de mudas em viveiros e plantios a campo da guabirobeira podem ser realizados tanto em ambientes sombreados quanto ensolarados, pois mesmo sob altas intensidade de sombra (80%) as mudas apresentaram vigor semelhante às produzidas a pleno sol. Esses resultados demonstram que a espécie pode ser utilizada em diferentes ambientes de luz, em plantios consorciados para recuperação ambiental. Por outro lado, para a araucária os resultados indicam que o melhor desempenho é em ambiente de pleno sol e 30% de sombreamento, em que as mudas tiveram maior crescimento e acúmulo de biomassa, devido à maior fotossíntese. As mudas sob maior sombreamento (50 e 80%) tiveram baixo acúmulo de biomassa, mas responderam rapidamente quando expostas por 24 horas em pleno sol (simulando a abertura de uma clareira na mata), pois tiveram abrupta elevação da taxa de transporte de elétrons. Para esta espécie, devem ser evitados plantios em ambientes sombreados, tanto em viveiros quanto em áreas de reflorestamento.

Publicado
27-06-2022