Fósforo no solo e a utilização de adubação orgânica e plantas de cobertura em vinhedos de Cabernet Suavignon

  • Natália Moreira Palermo Universidade Federal de Santa Maria
  • Julia Stephanie Bianchini Sheibe Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Campus Bento Gonçalves
  • Bruna Trevisan Paese Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Campus Bento Gonçalves
  • Volmir Sganagatta Embrapa Uva e Vinho
  • George Wellington Bastos de Melo Embrapa Uva e Vinho

Resumo

Na Serra Gaúcha, tradicional região no cultivo de videiras, os solos sem cultivo apresentam-se com baixos teores de fósforo (P) disponíveis. Entretanto, quando esses passam a ser cultivados, em virtude das aplicações de fertilizantes sem critérios técnicos e, geralmente, excessivas, há aumento exagerado da biodisponibilidade, o que arrisca a sustentabilidade da produção. Dessa forma, realizou-se atividade de pesquisa com o objetivo de avaliar o efeito de aplicações sucessivas de composto orgânico em plantas de cobertura sobre o nível de fósforo do solo cultivado com videira. O experimento foi conduzido em blocos ao caso, utilizando a variedade Cabernet Suavignon, na área experimental da Embrapa Uva e Vinho. Utilizou-se 8 tratamentos com 3 repetições: T1–sem plantas de cobertura (PC) e sem adubação; T2–sem PC e com adubação; T3–Ervilhaca sem adubação; T4–Ervilhaca com adubação; T5–Azevém nativo sem adubação; T6–Azevém nativo com adubação; T7–Consórcio sem adubação; T8–Consórcio com adubação. A implantação do experimento foi em 2015, e as coletas de solo estratificado nas camadas de 0-2,5cm, 2,5-5cm, 5-10cm, 10-20cm, foram realizadas em 2016 e 2019. Apenas as duas primeiras camadas de solo apresentaram diferenças estatísticas no teor de fósforo, e isto pode estar relacionado à ação das raízes das plantas de cobertura (PC) no solo e dinâmica de nutrientes. Além disso, em ambas as safras, os tratamentos com PC apresentaram maiores teores, quando comparado aos T1 e T2, sem PC, e a adição de composto não gerou diferenças significativas em nenhum tratamento. Na camada 0-2,5cm, safra 2019, o T5 apresentou 815,53 mg/kg, não diferindo estatisticamente do T6 que utiliza a mesma PC, azevém, mas com adubação, entretanto apresentaram diferença para o T1 e T2, com 32,07 e 138,73 mgP/kg. Ademais, nos tratamentos com PC, observou-se o aumento significativo no teor do fósforo no solo do ano de 2016 para 2019, demonstrando um maior benefício das plantas de cobertura a longo prazo.

Publicado
27-06-2022