Enraizamento de estacas de porta-enxertos de videira submetidos em diferentes concentrações de ácido indolbutírico

  • Guilherme Nicolao Universidade Federal de Santa Catarina
  • Luciano Picolotto Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

O uso de porta-enxertos na viticultura é uma alternativa viável na resistência contra patógenos, apesar disso, algumas espécies de videira com potencial para uso como porta-enxertos podem apresentar dificuldade de enraizamento. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi verificar o enraizamento de porta-enxertos de videira, em especial da espécie Vitis rotundifolia, em diferentes concentrações de fitorregulador. Foram utilizadas estacas lenhosas padronizadas com 3 gemas, medindo cerca de 30 cm, realizando-se um corte reto logo abaixo da gema basal. Em seguida as estacas foram tratadas na sua parte basal com solução de  AIB (ácido indolbutírico) nas concentrações de 0; 1000; 2000 e 3000 mg.L-1, durante 10 segundos. Após as estacas foram acondicionadas na posição vertical em substrato (2/3 de seu comprimento) previamente umedecido. Foi utilizado substrato orgânico de plantas. Os porta-enxertos utilizados foram; Paulsen 1103  e duas variedades de Vitis rotundifolia (Bountiful e Sumith). O  delineamento  experimental  foi inteiramente cazualizado com 3 repetições contendo doze estacas cada. Avaliaram-se aos 90 dias após a implantação do  experimento,  as  seguintes  variáveis: enraizamento  (%), massa  seca  raiz (g)  e  comprimento  da brotação (cm). No enraizamento houve interação entre o fator porta-enxertos e AIB. O Paulsen 1103 apresentou superior enraizamento sob os outros porta-enxertos. O  efeito  das  concentrações  de AIB,  no enraizamento, ajustou-se a uma equação de  regressão linear negativa (Y= -001472X + 86,67). As variedades da espécie V. rotundifolia não enraizaram em nenhum dos tratamentos. Na massa seca de raiz e comprimento de brotação somente houve efeito do tipo de porta-enxerto, com destaque para Paulsen 1103 (5,83g e 18,92 cm, respectivamente). Neste sentido conclui-se que há diferenças no enraizamento entre os porta-enxertos e que o uso de AIB nas concentrações testadas ainda não é efetivo no enraizamento de estacas da espécie V.rotundifolia.

Publicado
10-05-2019