Produção de frutas para autoconsumo na região Oeste Catarinense

Resumo

A produção de alimentos para autoconsumo promove a diminuição da dependência das famílias de agricultores em relação ao mercado e promove a segurança alimentar e nutricional, diminuindo a sua vulnerabilidade econômica, além de melhor utilização e potencialização dos recursos da propriedade. Neste aspecto, a produção de frutas apresenta papel importante. O objetivo deste trabalho é avaliar a produção de frutas para autoconsumo de famílias agricultoras na região Oeste de Santa Catarina. Os dados são provenientes da aplicação de questionários junto a 381 famílias agricultoras em 112 municípios da região Oeste de Santa Catarina. O sorteio foi realizado com base no cadastro de famílias mantido pela Epagri. O número de famílias entrevistadas em cada município é proporcional ao número de famílias agricultoras do município. A pesquisa restringe-se apenas à produção das famílias para o autoconsumo alimentar, embora ocorra a venda ocasional de excedente. Este texto analisará apenas a produção de frutas. Os dados foram submetidos à análise descritiva e exploratória e calculou-se o índice de Shannon para avaliar a diversidade de espécies e foi avaliada a dependência espacial deste índice. As famílias declaram no mínimo três e no máximo 19 espécies cultivadas no estabelecimento agrícola. Laranjas, tangerinas, limões, pêssegos e bananas estão presentes em mais de 70% das famílias entrevistadas, seguidas por jabuticaba, melancia, figo, abacate, caqui, mamão, goiaba e ameixa entre 50% e 70% das propriedades. Já nêspera, uva, nozes, abacaxi, manga e acerola estão presentes em menos de 40% dos estabelecimentos rurais. O índice de diversidade calculado para a região ficou em torno de 2,51, considerado média de diversidade tendo em vista que o índice geralmente varia entre 1 e 5. O índice tem dependência espacial, com valores entre 2,6 e 2,9 em direção ao Extremo-Oeste, especialmente próximo à calha do Rio Uruguai.