O CONCEITO ROMÂNTICO DE NATUREZA EM ALEXANDER VON HUMBOLDT (1769 – 1859): ESTUDOS PRELIMINARES
Resumo
O presente artigo vista destacar, muito brevemente, visto a amplitude do tema, as bases filosóficas do pensamento geográfico de Alexander von Humboldt. Influenciado pelos intelectuais que pertenceram ao Movimento Romântico Alemão, do final do século XVIII e do início do século XIX, o presente artigo detém-se a analisar alguns do principais sustentáculos filosóficos de Humboldt, no que parece ser, à primeira vista, simples descrições paisagísticas apresentadas nos Quadros da Natureza (1795). Por detrás dos minuciosos detalhes da natureza, oferecidos por Humboldt em sua obra, ofusca-se um conjunto de conhecimentos filosóficos e estéticos enraizados, sobretudo, na subjetividade do espírito e no valor verosímil dos símbolos heurísticos. Para os românticos, a busca inesgotável pelas verdades, referentes à natureza, torna-se necessidade. A interminável contingência da concepção de universo romântico interrompe o fluxo retilíneo, previsivelmente determinado pelas regras da Geometria. Longe disso, a natureza exorbita o plano axiomático dos números e dos algoritmos, deixando de ser um conjunto fragmentando de corpos objetivos para tornar-se uma unidade misteriosa e enigmática, abarcada pelo absoluto existencial infinito.