AS VIOLÊNCIAS PLURAIS: VOZES, CENÁRIOS E SABERES A PARTIR DOS CINE-SAÚDE

  • Giovani Francisco Caus Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Adriana Carolina Bauermann Farmacêutica. Acadêmica do Curso de Graduação em Ciencias Sociais, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: bauermann_carol@unochapeco.edu.br
  • Cláudio Claudino da Silva Filho Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especializando em Preceptoria para Residências no Sistema Único de Saúde pelo Hospital Sírio Libanês. Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão em Saúde (PPGS/CNPq). Integrante do coletivo de coordenação do VER-SUS Oeste Catarinense. Professor Adjunto dos cursos de graduação em Enfermagem, Pedagogia e Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: claudio.filho@uffs.edu.br. 
  • Graciela Soares Fonseca Cirurgiã- Dentista. Mestre e Doutora em Odontologia Social, Professora  Adjunta na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: graciela.fonseca@uffs.edu.br
  • Fabrine Maria Fávero Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: famenlak@gmail.com
  • Débora Cristina Fávero Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: deboracfavero@hotmail.com

Resumo

O processo formativo dos cursos de graduação, independente da área de atuação em que se situam, possuem pouca ou nenhuma aproximação com o tema da violência, e quando acontece, raras as vezes em que esse tema é tratado de forma transversal e transdisciplinar perante a formação. Nesse sentido, numa tentativa de suprir a escassez dessas discussões nos currículos acadêmicos, surge o projeto de Cultura “Violências, medicação de conflitos e cultura de paz à luz do pensamento de Paulo Freire: construção participativa de audiovisuais para sensibilização de graduandos(as) em saúde” (institucionalizado na UFFS, submetido pelo edital 512/2016, aprovado com bolsa pelo edital 210/2016, e renovado com bolsa em 2017), na intenção de construir participativamente e socializar materiais audiovisuais para servirem de sensibilização de graduandos(as) vinculados(as) à três principais universidades do oeste catarinense: UFFS, UNOCHAPECÓ e UDESC. Portanto, este trabalho objetiva apresentar as contribuições do processo pedagógico da produção de audiovisuais e a partir disso, relatar os principais tipos de violências que foram debatidos durante a exibição dos vídeos, nos “cines-saúde”. Foram produzidos um total de 05 vídeos pelos membros voluntários e bolsistas do projeto de cultura, entre os meses de Agosto de 2016 a Maio de 2017. Os vídeos apresentavam cenas, fotos, e vídeos de domínio público, construídos respeitando os preceitos éticos midiáticos mediante autorização escrita das eventuais pessoas que aparecessem em depoimentos e trechos dos mesmos. Desse modo, observou-se que a exibição dos vídeos, construídos participativamente pelas mãos contribuintes do projeto, geraram ricas discussões sobre questões atuais e cotidianas de violência, que acabaram por se repetir em diversos momentos, como por exemplo: a violência em forma de Bullying, presente nas escolas; as violências “ocultas” ou não tão percebidas facilmente por olhos cotidianos, como a falta de acesso para pessoas com deficiência, em vários pontos de acesso na nossa cidade - Chapecó, bem como em diversos outros lugares. Também foram citadas violências difíceis de serem colocadas em pauta, como àquelas sofridas no próprio ambiente acadêmico, dentro da universidade, entre discentes, docentes ou até mesmo pela pressão social que os acadêmicos acabam sendo submetidos. O norte principal das discussões durante os cines-saúde foi a violência na mídia, que foi citada como uma forma de atrair a atenção de multidões efusivamente e assim, muitas vezes colocar em pauta o sofrimento da pessoa que sofreu violência. Como resposta majoritária para o que seria a solução, ou a diminuição, dessas cenas de violências percebidas pelos participantes dos “cine-saúde”, foi a educação. A educação, para Freire, é uma maneira de liberdade, a partir da conscientização e da percepção crítica da realidade. A concepção de cultura é um pilar fundamental para enfrentamento da violência. Portanto, observou-se que a metodologia de visualização de audiovisuais favoreceu a reflexão dos acadêmicos acerca das questões sobre as violências cotidianas e próximos, e não somente das violências tidas como físicas, contribuindo assim, para um olhar mais crítico com a realidade, transformando estudantes em agentes capazes de transformar ideias e formas e agir em sociedade, com diálogos mais ricos e enriquecedores.

Palavras-chave: Violência; Formação profissional em saúde; Recursos de áudio e vídeo; Filmes e vídeos educativos;        Subsídios para educação.


Biografia do Autor

Adriana Carolina Bauermann, Farmacêutica. Acadêmica do Curso de Graduação em Ciencias Sociais, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: bauermann_carol@unochapeco.edu.br
Farmacêutica. Acadêmica do Curso de Graduação em Ciencias Sociais, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: bauermann_carol@unochapeco.edu.br
Cláudio Claudino da Silva Filho, Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especializando em Preceptoria para Residências no Sistema Único de Saúde pelo Hospital Sírio Libanês. Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão em Saúde (PPGS/CNPq). Integrante do coletivo de coordenação do VER-SUS Oeste Catarinense. Professor Adjunto dos cursos de graduação em Enfermagem, Pedagogia e Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: claudio.filho@uffs.edu.br. 
Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especializando em Preceptoria para Residências no Sistema Único de Saúde pelo Hospital Sírio Libanês. Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Gestão em Saúde (PPGS/CNPq). Integrante do coletivo de coordenação do VER-SUS Oeste Catarinense. Professor Adjunto dos cursos de graduação em Enfermagem, Pedagogia e Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: claudio.filho@uffs.edu.br.
Graciela Soares Fonseca, Cirurgiã- Dentista. Mestre e Doutora em Odontologia Social, Professora  Adjunta na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: graciela.fonseca@uffs.edu.br
Cirurgiã- Dentista. Mestre e Doutora em Odontologia Social, Professora  Adjunta na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: graciela.fonseca@uffs.edu.br
Fabrine Maria Fávero, Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: famenlak@gmail.com
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: famenlak@gmail.com
Débora Cristina Fávero, Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: deboracfavero@hotmail.com
Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. E-mail: deboracfavero@hotmail.com
Publicado
23-02-2018
Seção
Educação e Formação em Saúde