PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR: VIVÊNCIAS DE UMA ACADÊMICA DE ENFERMAGEM EM OFICINAS EDUCATIVAS
Resumo
Resumo: o presente relato objetiva descrever a experiência de uma acadêmica de enfermagem como visitadora do Programa Primeira Infância Melhor (PIM), a partir de oficinas educativas. Trata-se de um relato de experiência realizado por meio de cinco oficinas educativas ocorridas no primeiro semestre de 2017. O local dos encontros foi a Estratégia Saúde da Família (ESF) de um município da região central do estado do Rio Grande do Sul. Participavam das oficinas doze visitadores, dois monitores e um pedagogo que constituíam o programa naquele período. As oficinas emergiram visando a qualificação do processo de trabalho de visitadores na comunidade, uma vez que estes eram acadêmicos da área da saúde de uma instituição de ensino superior sendo, Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional. Ressalta-se que muitos destes estudantes apresentavam dificuldades em realizar a produção dos materiais que eram utilizados nas visitas do PIM, como por exemplo os brinquedos educativos. Neste sentido, emergiu a relevância de capacitações envolvendo todos os integrantes do programa. O PIM, que visa acompanhar o desenvolvimento integral na primeira infância de crianças de zero a seis anos de idade, apresenta o visitador, como principal responsável por realizar as orientações aos pais e/ou responsáveis sob o desenvolvimento biopsicossocial da criança. Incentivar o protagonismo das famílias é importante na execução das atividades, uma vez que cada território comunitário apresenta suas subjetividades e singularidades, e o desenvolvimento integral destas crianças perpassa por estes cenários, sendo influenciado pelo contexto social, cultural e familiar. A construção dos brinquedos educativos por meio de materiais recicláveis visava, reaproveitar os objetos que as famílias possuíam em suas residências. Nesse ínterim, cada oficina apresentava uma proposta diferente, possibilitando ao visitador analisar distintos processos do desenvolvimento da criança: avaliar o interesse pelo brincar; observar de modo sistemático a interação entre criança e familiar, a comunicação, o desenvolvimento da capacidade física, emocional, motora e social. Conclui-se que as ações de educação em saúde são necessárias no fortalecimento dos programas e políticas públicas de saúde como o PIM. Para tanto, torna-se fundamental que seus visitadores sejam capacitados e possuam habilidades ao atuar nos lares das comunidades. A participação das oficinas educativas permitiu ao visitador aprimorar suas relações interpessoais durante o trabalho em equipe, abrangendo um olhar mais aprofundado para o cuidado, e um processo de formação profissional humanizado. Nesta perspectiva, salienta-se a relevante atuação de visitadores nas comunidades, viabilizando ações de educação em saúde, priorizando o desenvolvimento integral da criança e estímulo de seus familiares e/ou cuidadores neste processo.
Palavras-chave: Assistência integral à saúde; Desenvolvimento infantil; Educação em saúde.