ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2 E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM DUAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL

Autores

  • Lucimar Fossatti Carvalho UFFS Campus Passo Fundo/RS

Resumo

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) são doenças altamente prevalentes e representam  problemas graves de saúde pública, em decorrência das suas complicações crônicas. Este artigo relata experiências sobre a educação em saúde de duas comunidades quilombolas de Arvinha e Mormaça, pertencentes ao município de Sertão/RS, orientando sobre qualidade de vida através de estratégias educativas. No contexto da vulnerabilidade social, as comunidades quilombolas se destacam como grupos que, historicamente, sofrem em decorrência do processo de exclusão, principalmente em relação aos cuidados de saúde. Objetivou-se informar sobre o DM2 e da HAS, identificar possíveis suspeitas dessas patologias, verificar as medicações em uso, avaliar minimamente o estado de saúde em parceria com profissionais da área da saúde. Na realização das estratégias educativas, utilizou-se a metodologia da problematização, que consiste em cinco passos: observação da realidade; definição de postos-chave; teorização; hipótese de solução e aplicação à realidade. A problematização oportuniza a reflexão mediada pelo professor sobre atividades de interação, sendo um elemento chave para a satisfação pessoal dos alunos e para a melhoria do processo de aprendizagem. A equipe foi composta por 10 integrantes, incluindo seis alunos voluntários, um especialista em atividade física, um professor médico colaborador, uma enfermeira e a professora coordenadora do projeto. Foram realizadas cinco oficinas: a primeira oficina envolveu uma roda de conversa com uma explanação sobre as manifestações do DM2 e HAS; na segunda oficina, os participantes obtiveram informações da importância da atividade física com a realização de exercícios práticos, contribuindo para minimizar as complicações de suas patologias; a terceira oficina integrou sobre nutrição saudável e receitas práticas para diabéticos e hipertensos juntamente com prova de alimentos com baixo teor calórico; na quarta oficina foi realizada a verificação do Índice de Massa Corporal (IMC), teste glicêmico e da pressão arterial e, na quinta oficina, foram realizadas entrevistas com os quilombolas com a finalidade de coletar dados, os quais serão utilizados na quantificação do perfil epidemiológico. Nessas comunidades percebeu-se que a tradição quilombola é minimamente mantida pelos remanescentes e, esta, sofre atravessamentos por parte de políticas públicas universais no contexto da cultura local. Evidenciaram-se os riscos para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como o DM2 e HAS as quais a população quilombola está exposta. As estratégias educativas foram relevantes na medida  que contribuíram para ajudar na prevenção e nas ocorrências das complicações do DM2 e HAS junto às comunidades quilombolas, bem como ensinamentos aos quilombolas sobre as manifestações dessas enfermidades e como adquirir uma melhor qualidade de vida, por meio de uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. As políticas públicas em saúde devem buscar a equidade por meio da atenção inclusiva a grupos especiais, de maneira especial às comunidades quilombolas brasileiras. É imprescindível que os portadores de DCNT tenham conhecimento sobre os riscos relacionados ao seu problema de saúde. Enfim, todos os resultados apresentados nos estudos demonstram a necessidade da implementação de ações mais efetivas nas atividades educativas, contribuindo para a promoção da saúde e a prevenção da doença.

 

Biografia do Autor

  • Lucimar Fossatti Carvalho, UFFS Campus Passo Fundo/RS

    Domínio Comum

    Curso de Medicina

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Publicado

13-08-2025