COMUNIDADES VIRTUAIS DE CIDADÃOS EM HEMODIÁLISE: GRUPOS DO FACEBOOK COMO LOCAIS DE ACOLHIMENTO

  • Andressa Carolina Rodrigues Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Julyane Felipette Lima Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Aline Massaroli Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Eleine Maestri Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Resumo

As comunidades virtuais vêm se estabelecendo como lugares que proporcionam pertencimento, formação de vínculos, nos quais, as pessoas que a compõem possuem senso de familiaridade. No caso das pessoas que são acometidas pela doença renal não é diferente. Deste modo, os grupos do Facebook, voltados para os cidadãos que vivenciam o cotidiano da hemodiálise, mostram-se locais apropriados para a busca e troca de conhecimentos sobre a doença e tratamento. Assim desenvolvemos um estudo em grupos do Facebook, utilizando a Netnografia descrita por Kozinets, o software Netvizz para escolha dos grupos e a análise indutiva. Foram coletados dados de março a julho de 2016 retrospectivamente. Parecer do Comitê de Ética 1.822.889. Evidenciamos a promoção de espaços para o acolhimento. Havia uma dinâmica para o cuidado compartilhado, as pessoas eram acolhidas e acolhiam, e em alguns momentos eram cuidadores e em outros eram cuidadas. Aspectos singulares do viver com doença renal e realizar hemodiálise foram sistematicamente compartilhados nos grupos, tais como as dúvidas e informações sobre a fístula arteriovenosa (FAV) e sobre os demais tipos de acesso vascular, principalmente informações sobre os cuidados com os acessos vasculares. Havia postagens que geravam discussões nas quais emergiam as mais diversas atitudes acolhedoras. Geralmente as postagens sobre questões relacionadas aos acessos vasculares ou qualquer outro tipo de cuidado contínuo que deveriam ter, eram no formato de itens, para facilitar a leitura e compreensão. O enfoque era dado aos cuidados para a manutenção do acesso, principalmente naqueles cuidados que refletiriam na durabilidade do acesso. Ficou clara a preocupação e zelo para com os acessos vasculares. No âmbito destes grupos, observa-se que as adversidades estavam relacionadas a manifestações corporais tais como a perda de cabelo, sendo a dor uma manifestação frequente nas postagens que tiveram suas origens na “cabeça” e no “estômago”, estando presentes durante a diálise e seguindo após a seção. Observa-se também que houve a necessidade da busca por outros serviços de saúde que não somente o serviço onde realizam a hemodiálise, como o Pronto Socorro. Sempre havia comentários ou reações acolhedores das “queixas” dos frequentadores. Acredita-se que novos estudos podem ser conduzidos nestes grupos. Durante a realização deste estudo, observamos que o debate transdisciplinar entre as áreas da comunicação, ciências da computação, ciências sociais e da saúde são profícuos, não somente para se pensar em aprofundamentos ou novas pesquisas, mas também a construção de tecnologias. Durante a realização deste estudo, observamos que o debate transdisciplinar entre as áreas da comunicação, ciências da computação, ciências sociais e da saúde são profícuos, não somente para se pensar em aprofundamentos ou novas pesquisas, mas também a construção de tecnologias assistenciais leves e duras. Com este estudo, vale reforçar o debate sobre políticas públicas que regulamentem algumas questões nebulosas sobre os limites no uso da internet. Inclusive com este relatório outros pesquisadores poderão encontrar subsídios para estudos desta natureza no que tange a escrita do método bem como suas implicações éticas.

Internet; Mídias Sociais; Diálise Renal, Enfermagem.

Biografia do Autor

Julyane Felipette Lima, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul-

Campus Chapecó/SC.

 

Aline Massaroli, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UFSC, Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul-

Campus Chapecó/SC
Eleine Maestri, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UFSC, Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul-

Campus Chapecó/SC
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde